segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Segmentos e Mercados do Turismo


SERVIÇO TURÍSTICOS

Cristine Fabbris, Esp.[1]
Álvaro Ornelas de Souza Neto, Esp.[2]


Hotelaria, Gastronomia e Serviços de Apoio ao  Turismo.

O fenômeno do turismo ganha força e atenção de todos pelo potencial que tem de gerar riqueza, gerar vagas de emprego e distribuir a renda gerada. O fluxo de turistas em determinado destino abre espaço para novos investimentos que possam atender, com qualidade, as necessidades dos visitantes. E abre vagas diretas de emprego, pois a indústria de viagens e turismo tem por base o atendimento do homem pelo homem. Entre todos os serviços que se aplicam diretamente a esta indústria os mais relevante estão vinculados as necessidades básicas do ser humano: comer, dormir e se locomover. Os demais serviços vão surgindo de acordo com o tipo turista e o tipo de turismo que cada mercado atrai. Dentro dos serviços turísticos destacamos: hotelaria, gastronomia, locação de veículos, agentes receptivos, operadores de serviços, agentes de viagens, empresas especializadas em sistemas de suporte e controle, enfim, a indústria de viagens e turismo absorve muitas vagas de emprego e é responsável pelo crescimento de muitas cidades, estados e países que vêem no turismo uma boa oportunidade em suas economias.  Outra característica relevante da indústria de viagens e turismo é que a qualidade na prestação de serviço está vinculada a percepção do usuário e não a qualificação técnica do prestador de serviço. Este setor é valorizado pelos comentários de revistas especializadas e pelo famoso boca a boca.

O que é HOTELARIA?  Engloba todos os meios de hospedagem, ou seja, tudo que o turista necessita para dormir confortavelmente de acordo com o seu estilo de vida ou propósito de sua viagem.  Existem vários tipos de hospedagem e cada tipo apresenta uma estrutura e serviços diferenciados. Basicamente a hotelaria trabalha com três segmentos distintos: o executivo, o turista comum e lazer total. Os tipos de hospedagem mais conhecidos são:   
Hotéis Executivos – geralmente localizado próximo aos setores comerciais de cidades e mantém um serviço de assistência ao executivo como uma estrutura de escritório, salas de reuniões ou espaço para happy-hours. Ex.: os hotéis da Rede Íbis.
Hotéis Turísticos – São hotéis grandes com muitos quartos e quase todos com o mesmo padrão. São confortáveis e focados para atender grupos grandes de excursionistas. Ex.: Hotel Pensylvania em Nova York. 
Hotel Design – São hotéis que primam pelo design e pela estética. Apresentam serviços como mordomos para quarto, lençóis e “mimos” bem caros. Ex.: O Hotel Unique em São Paulo.  
Resort – São hotéis que apresentam estrutura para atividades em família. Você encontra tudo para passar o dia inteiro sem sair da propriedade. Ex.: Costão do Santinho Resort em Florianópolis.
Acomodações (Lodge) – São acomodações alternativas. Como hotéis de selva, pousadas exóticas ou com algum tema específico. Além do Albergues da Juventude que são conhecidos como Hostel  . Ex.: Hotel Ariarú Jungle Tower há uma hora  do cais de Manaus no Amazonas.
Camping – Local com infra-estrutura mínima e com segurança para armar uma barraca e estacionar o carro. Existem banheiros coletivos, estrutura para lavar roupa e, em alguns, estrutura para cozinhar. 

Existem ainda hotéis que se tornaram referência na industria de viagens e turismo global, como os hotéis: The Waldorf Astoria na Park Ave em New York, o Ritz na Place Vendome em Paris, The Peninsula me Hong Kong, o Alvear em Buenos Aires e o mais recente o Burj Al Arb em Dubai.

O que é gastronomia? A palavra gastronomia tem origem no grego antigo e quer dizer o conhecimento do estômago. Na indústria de viagens é um serviço básico e fundamental para o turista. O conhecimento técnico que abrange a culinária, bebidas e todos os aspectos culturais relevantes a determinado prato.
Um turista pode ser pegado pela boca. Existem restaurantes que são tão famosos quando o destino na cidade. Como é o caso do Restaurante Madalozzo em Curitiba, que mantém o Record mundial de maior restaurante do mundo. Ou o Restaurante La Tour em Paris o mais antigo da cidade e o mais caro também. Ou Ainda o primeiro Café do Mundo, que é o Café _____ na Praça de São Marcos em Veneza na Itália. A gastronomia complementa as experiências turísticas e necessita de muito treinamento e qualificação, pois o produto final é feito e entregue na mesma hora.

O que são considerados de apoio ao turístico? Todos os serviços que estão disponíveis para atender as diversas demandas dos variados tipos de turistas. Um Shopping Center atende aos turistas que procuram comprar. Um salão de beleza pode, em determinados momentos, atender a turistas. Empresas que alugam lanchas, carros, helicóptero, bicicleta dão apoio ao turismo. Danceterias e boates também atendem ao turista. Assim quase todos os serviços que uma cidade apresenta podem dar apoio à indústria de viagens e turismo. 

 Referencial Bibliográfico

IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Leraning, 2003.

GOELDNER, Charles e outros. Turismo: Princípios, Práticas e Filosofia. 8ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.





[1] Especialista em Empreendedorismo no Turismo pela ENE/UFSC (1999); Bacharel em Turismo pela Escola Superior de Turismo e Hotelaria - ESTH (1999); Coordenadora dos Cursos de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Eventos da ASSESC.
[2] Especialista em Administração Global pela Universidade Independente de Lisboa (2001); Professor titular do Curso de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e consultor em projetos de infra-estrutura turística.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Mercados e Nichos no Turismo


SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA

Cristine Fabbris, Esp.[1]
Álvaro Ornelas de Souza Neto, Esp.[2]

Tipologia do Turismo e Tipos de Turista.

O propósito mais relevante do turismo é aproximar as pessoas que vivem e convivem em diferentes regiões ou países. A troca de experiências eleva os níveis do conhecimento humano. Este intercâmbio cultural promovido em viagens talvez este seja o principal motivo pelo qual o turismo é tão fascinante tanto para os que viajam quanto para os que interagem com os viajantes.  Cabe ao profissional do turismo identificar quais os motivos que levam o turista a viajar. Quais os interesses de indivíduos ou de um determinado grupo em absorver diferentes experiências e saber quais são elas. Cada interesse pesquisado cria segmentos de interesse – isto é o que chamamos de tipo de turismo. A tipologia do turismo está focada nos interesses de cada nicho em viajar. Como o ser humano é um ser complexo cada segmento, tipo de turismo, é “freqüentado” por diferentes pessoas com o mesmo interesse. Assim em 1979, surgiu uma classificação específica para o turista. Este entendimento amplo auxilia os destinos receptores a se organizarem para receber um ou mais nichos do mercado turístico e as diferentes pessoas o formam.  

Quais os tipos de turismo existentes?
Em verdade todos os aspectos da cultura humana podem despertar interesses variados por algum outro ser humano de outra parte do planeta. A mesma viagem pode servir para uma experiência cultural, para a observação étnica ou mesmo para conhecer a história. Entender a segmentação é fundamental para que o destino turístico possa se organizar, incentivando novos negócios, nova legislação e segurança aos seus visitantes. Abaixo alguns tipos de turismo e seus exemplos práticos:

TURISMO CULTURAL - Sabe-se que o é o grande atrativo da indústria de viagens. A procura por cultura é um motivador de viagem antigo. Trata-se de um segmento onde o interesse em viajar é por experiências únicas, participar de estilo de vidas diferentes ao seu. Viver e participar de um estilo de vida em comunidades tradicionais, por um determinado tempo. Como acontece em  Wiiliansburg no estado da Virginia nos Estados Unidos. A cidade não tem luz, e as pessoas vivem lá como nos tempos coloniais americanos. Os visitantes pagam para passar o dia ou um final de semana vivendo exatamente como os peregrinos viviam. Ou ainda viajar para visitar uma exposição de arte importante, ou um show de rock, ou a um festival gastronômico como a Oktoberfest em Munique na Alemanha ou em Blumenau no Brasil. Ou ainda o carnaval no Brasil que atrai muitos turistas ao Rio de Janeiro, Salvador e  Florianópolis como exemplo de uma manifestação cultural pode tornar-se atrativo na escolha de uma viagem.

TURISMO ÉTNICO - Complementar ao turismo cultural é quando o turista procura viver, vivenciar e observar expressões culturais e estilos de vida de outros povos. Como acontece na Tailândia quando os turistas visitam a tribo das mulheres girafas.

TURISMO HISTÒRICO – È também complemento ao turismo cultural e ao turismo étnico, pois o interesse pela história está presente no dia-a-dia cultural de determinada cultura. Ao visitar prédios, igrejas, praças o turista vai recebendo informações da relevância em diferentes épocas da história da civilização humana. Como a Acrópoles em Atenas na Grécia ou as Pirâmides de Quéfren, Queóps e Miquerinos em Gizé no Egito.

TURISMO RELIGIOSO – É Diferente, pois o motivo da viagem é a fé. A motivação da viagem está atrelada a fé de determinada religião. Como exemplo, temos: O 12 de Outubro na Basílica de Nª Srª Aparecida em São Paulo ou Jerusalém que é uma cidade relevante para Católicos, Mulçumanos (o ponto mais Ocidental que Maomé esteve), Gregos Ortodoxos, Judeus entre outras. Visitar Jerusalém em Israel tem o propósito unicamente religioso.

TURISMO ECOLOGICO – Ou Ecoturismo como é conhecido está voltado para a apreciação de ecossistemas em seu estado natural, com a vida selvagem e a sua população nativa. As pessoas que procuram destinos ecológicos estão preocupadas com a sustentabilidade do local visitado.  No Brasil Foz do Iguaçú é um destino de contemplação das águas. Outro exemplo é o safári fotográfico em um barco pela a mata Amazônica.

TURISMO RURAL – Com o mundo cada vez mais vivendo em cidade o campo tornou-se um estilo de vida diferente com cultura e valores únicos. A simplicidade e convívio com a natureza têm atraído muitos turistas. Este mercado está ajudando a manter famílias no campo e resgatando tradições rurais em especial na gastronomia.

TURISMO ESPORTIVO – O esporte é um motivo que muitos viajam. A copa do mundo e as olimpíadas são os exemplos clássicos. Mas este segmento é fortalecido pelo desempenho de times e equipes e por atletas que buscam classificação em seus respectivos ranking. A maratona de Nova York atrai pessoas de 15 a 90 anos para correr neste grande evento esportivo. Outro evento esportivo mundial que movimenta toda a economia francesa é a Tour de France, evento que dura um mês.

TURISMO DE EVENTOS – È quando o deslocamento de pessoas se dá para participar de determinado evento que esteja focado em seu interesse particular de conhecimento técnico, científico ou profissional. O Salão do Automóvel em São Paulo é um evento que despertar o interesse da indústria automobilística da America Latina assim como a do mercado consumidor de automóveis.

TURISMO DE BELEZA – Um segmento que atrai o público feminino em sua essência porem vem despertando a atenção dos metrosexuais  que buscam por SPA´s especializados no bem estar pessoal.
TURISMO HOSPITALAR –  Um turismo que ganhou força nos anos 90 quando percebeu-se que o motivo da viagem seria fazer uma cirurgia plástica ou de determinado problema. O Instituto Sarah Kubitschek  em Brasília é considerado um centro de excelência no tratamento e recuperação da mobilidade humana. As instalações e o conhecimento técnico dos cirurgiões plástico brasileiros ganharam fama e muitos americanos e ingleses procuram as clínicas brasileiras para realizar cirurgias plásticas com a vantagem do cambio entre o dólar e o euro.

TURISMO ROMANTICO – São destinos apropriados para uma lua-de-mel ou reforçar o romantismo em casais. Costa do Sauípe na Bahia é um destino que tem como alvo os recém casados ou apaixonados para desfrutar dos serviços dos resorts lá existentes. A ilha Phi-Phi na Tailândia é um destino romântico famoso, eternizado no filma a Praia, com Leonardo de Cáprio..    

TURISMO GLS – Este um mercado que vêm despertando muito interesse a muitas cidades. Entender o comportamento de grupos gay e lésbico pode ser muito rentável. Basicamente este nicho demanda respeito pela orientação sexual de cada um. É um publico discreto e com forte poder de compras. Mas é extremamente exigente e prima pela estética. Um exemplo são as paradas gays no mundo. Um evento que vêm ganhando a cada ano mais cidades participantes que incluem o evento em seus calendários de eventos anuais. 

Quais são os tipos de turistas?
Devido a complexidade do ser humano esta classificação ajuda a entendermos melhor as expectativas dos turistas ao visitar determinada região. E auxilia a estratégia de marketing turístico de determinado destino. Os tipos de turistas propostos por COHEN (1979) em IGNARRA (2004), são:

EXISTENCIAIS: Buscam a paz espiritual pela quebra de sua rotina;
EXPERIMENTAIS: Querem conhecer e experimentar modos de vida diferentes.
DIVERSIONÀRIOS: Procuram recreação e lazer organizados, preferencialmente em grandes grupos;
RECREACIONAIS: Buscam entretenimento e relaxamento para a recuperação de suas energias físicas, psíquicas e mentais;

Temos ainda, segundo, McIntosh em IGNARRA (2003), os tipos:
ALOCÊNTRICOS: Têm motivos educacionais e culturais, políticos ou de divertimentos caros, como jogo de azar, e viajam individualmente.
 QUASE ALOCÊNTRICOS: São motivados por eventos esportivos m religiosos, profissionais e culturais a viajar.
MEDIOCÊNTRICOS: São motivados pela busca do descanso m quebra da rotina, aventuras gastronômicas e tratamento de saúde.
QUASE PSICOCÊNTRICOS: Viajam em busca de status social.
PSICOCÊNTRICOS: São motivados por campanhas publicitárias a viajar a determinado destino.


 Referencial Bibliográfico

GOELDNER, Charles e outros. Turismo: Princípios, Práticas e Filosofia. 8ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.

IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Leraning, 2003. Pg 17-18.

COHEN, Erik. A Phenomenology of Tourist Experiences. Disponível em < http://soc.sagepub.com/cgi/content/abstract/13/2/179>.Acessado 1 mai. 2009.


[1] Especialista em Empreendedorismo no Turismo pela ENE/UFSC (1999); Bacharel em Turismo pela Escola Superior de Turismo e Hotelaria - ESTH (1999); Coordenadora dos Cursos de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Eventos da ASSESC.
[2] Especialista em Administração Global pela Universidade Independente de Lisboa (2001); Professor titular do Curso de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e consultor em projetos de infra-estrutura turística.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Hospitalidade & Turismo


HOSPITALIDADE E TURISMO

Conceitos Introdutórios

Falar em hospitalidade e turismo é falar de um complexo mundo que engloba atividades como a hotelaria, o setor de alimentos e bebidas (A & B), eventos, viagens, entretenimento e vários outros negócios ligados direta ou indiretamente ao deslocamento das pessoas para lugares que não o seu de residência, motivados por diversas razões.
A hospitalidade pode ser entendida como um grande “guarda-chuva” que abriga em si, todas as atividades relacionadas ao acolhimento do turista satisfazendo as suas necessidades e por vezes, superando as suas expectativas. Um dos aspectos históricos da hospitalidade fala que este era o ato obrigatório de atender bem e tratar com dignidade aos estranhos.

Para facilitar o entendimento do que seja esta maravilhosa atividade, vamos conhecer alguns conceitos:

O que é Hospitalidade?

O que é Turismo?
Turismo é o ato voluntário de sair de seu local de residência para conhecer e vivenciar experiências diferenciadas do seu dia-a-dia. Também é uma atividade econômica muito importante, pois gera inúmeras vagas de empregos diretos e indiretos, gera impostos e renda para a população e qualifica a prestação de serviço local. Socialmente falando, o turismo aproxima as pessoas e gera relações e laços de hospitalidade entre o turista e o morador da localidade.
Culturalmente falando, o turismo ajuda a preservar a cultura e a história de localidades, proporcionando ao turista vivenciar experiências diferenciadas das vividas por ele corriqueiramente.
Para que tenhamos um conceito mais aprofundado do que é turismo, Vicente de Andrade coloca que é “o conjunto de serviços que tem por objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, e os serviços de recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora de suas residências habituais”.

E quem faz turismo é o que?
Turista!  O turista é o agente da ação do turismo; é o visitante temporário que permanece, pelo menos, vinte e quatro horas no local visitado, cuja finalidade de viagem pode ser classificada por diversas motivações tais como: participação em eventos, compras, lazer, saúde, conhecer novos lugares e culturas, entre muitas outras motivações.

E quem é o excursionista?
É o visitante que permanece no local visitado por menos de vinte e quatro horas. Interage com a comunidade e os atrativos locais igualmente ao turista, mas não dorme na localidade visitada.

E o que compõe a atividade turística?
A atividade turística é composta por todos aos atrativos naturais, culturais e históricos de uma localidade. Os hotéis, restaurantes, bares, shopping centres, casas noturnas, aeroportos, rodoviárias, museus, locais históricos e o comércio em geral também fazem parte desta atividade.

O que são os recursos turísticos?
São os atrativos que formam a matéria-prima do “produto turístico”.

E o que são os atrativos turísticos?
São os atributos naturais e culturais que uma localidade possui. Recentemente surge o conceito dos atrativos artificiais, ou seja, os fabricados pelo homem como, por exemplo, a Disneylândia.

E o que é o produto turístico?
É a somatórios do atrativo turístico + os serviços turísticos/ ou facilidades + a infra-estrutura básica + o conjunto de serviços urbanos de apoio ao turismo.

E os serviços turísticos são o que?
São os meios de hospedagem, os serviços de alimentação, de entretenimento, de informações turísticas e de agenciamento, os transportes turísticos, a locação de veículos e embarcações, os espaços de eventos e empresas organizadoras de eventos.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Turismo com Qualidade


A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TURÍSTICOS

Álvaro Ornelas*


INTRODUÇÃO
   
 O termo qualidade tem sua origem no latim qualitate, e é utilizado em diversas situações diárias. È comum usar os termos: qualidade do atendimento, qualidade dos serviços, qualidade de vida, qualidade do produto e qualidade dos processos. Deve-se entender que “qualidade” é um conceito subjetivo que está relacionado às percepções de cada indivíduo, ou seja, cada um de nós percebe o mundo que nos cerca de maneiras diferentes.
Na indústria de viagens e turismo global, qualidade está relacionada às necessidades e expectativas do turista que é, de fato, o cliente.  Porém, sua definição, muitas vezes, não é clara e tão pouco objetiva. A aplicação do termo qualidade nos diversos setores das empresas aconteceu quando houve o entendimento de que a qualidade poderia ser uma aliada na tomada de decisões empresariais.
A qualidade então migrou dos laboratórios (qualidade dos produtos) para quase todos os setores das empresas (qualidade de processos) e passou a ser relevante na tomada de decisões estratégicas (qualidade da gestão). Este novo entendimento sobre qualidade mudou o comportamento empresarial e atualmente é base da inovação na administração ou na produção de bens e serviços (ACESSA, 2009).
No momento que a qualidade passou a fazer parte da gestão estratégica das empresas, surge uma preocupação: como captar dados e transformá-los em informações estratégicas para a empresa?
O desafio atual do empresariado brasileiro do setor serviços é trabalhar os indicadores de qualidade e repassar as informações aos participantes de todos os processos de uma empresa incentivando mudanças e inovação. Portanto, novas decisões, com base nas informações provindas de um controle de qualidade sobre alguns aspectos da empresa, passaram a ser fundamentais na busca por resultados.     
Na década 90, as empresas brasileiras sofreram impacto em suas administrações através da “reengenharia”, que tinha como base a implantação de TQC’s (Total Quality Control) ou ainda, compelia a todos na empresa, que obtivessem informações sobre o tema e aplicassem o Programa 5S´s (mudança contínua) conhecido internacionalmente como Kaizen.  
Falconi (1994) destacou que para entender de qualidade em uma empresa, é necessário entender o que realmente é o seu trabalho. Destaca que os colaboradores de uma empresa devem entender o motivo e a importância do seu trabalho, além dos processos do dia-a-dia.

“entenda seu trabalho: a única razão pela qual você trabalha é porque alguém precisa do resultado do seu trabalho. No final das contas nós todos trabalhamos para ajudar-nos mutuamente a sobreviver. O que é uma empresa? Nós, seres humanos, precisamos sobreviver. Para isto precisamos comer, vestir, ser tratados quando ficamos doentes, dormir, ser educados, etc. Para atender a estas necessidades de sobrevivência é que o ser humano se organiza em indústrias, hospitais, escolas, prefeituras, etc. Vamos chamar de empresa qualquer uma destas organizações. Portanto, uma empresa é uma organização de seres humanos que trabalham para facilitar a luta pela sobrevivência de outros seres humanos. Esta é, em última instância, a missão de todas as empresa” (FALCONI, 1994, p.3).


Muita coisa mudou nestes anos passados e o entendimento exposto por Falconi (1994) foi absorvido pela maioria das empresas e trabalhadores da indústria tradicional. Atualmente percebemos que as empresas que atuam na indústria de viagens e turismo brasileira ainda estão trabalhando para obter um melhor status dentro do cenário macro-econômico brasileiro e absorvendo o entendimento básico proposto na última década do século XX.
As empresas prestadoras de serviços turísticos têm neste novo século e novo milênio, um desafio que os demais setores enfrentaram no passado; que é o de “repensar” suas ações e processos estratégicos. Ao mesmo tempo em que o setor vem se destacando na geração de riquezas e abrindo vagas de trabalho em ritmos animadores, impactando no dia a dia de nações (econômica, social e politicamente), ganhando assim um status de igualdade com as demais indústrias geradoras de riquezas, o novo entendimento é que o turismo, na verdade, é uma nova indústria, e o mundo globalizado a chama de indústria de viagens e turismo.
Desde 2007, o WEF (Fórum Econômico Mundial) avalia o desempenho de 133 países com base em 14 índices competitivos exclusivamente voltados ao setor turístico, ou melhor, ao real potencial de gerar riquezas proporcionado pelada indústria de viagens e turismo e os apresenta à sociedade através de um relatório. O relatório que apresenta os Índices de Competitividade Turística (Travel & Tourism Competitiveness Report) é um instrumento global que consolida e eleva o setor turístico a um setor que gera riquezas, gera empregos e tem impactos diretos na sociedade (efeitos extremamente similares ao da indústria).
O século XXI inicia com um cenário um tanto quanto atípico na civilização contemporânea. Vivenciamos um momento onde, pela primeira vez, uma indústria (a turística) coloca em posição de igualdade competitiva nações ricas/desenvolvidas com qualquer outra nação no planeta, pois a indústria de viagens e turismo faz com que todos sejam concorrentes em atrair o mesmo turista/cliente, indiferentemente do seu grau de desenvolvimento.
Neste cenário, o amplo entendimento do sentido e aplicabilidade da qualidade é fundamental para o destino turístico ser competitivo e sobreviver na indústria de viagens e turismo. Ser competitivo consiste no potencial inovador do destino turístico. Segundo Barreto (2002 apud BENI 1999), os três elementos que importam sobremaneira para o futuro do turismo são: inovação (criatividade, imaginação, questionamentos), desempenho (produtividade) e qualidade (profissionalismo e busca da satisfação do cliente).
O Brasil, segundo o relatório com os Índices de Competitividade Turística de 2009, divulgado em maio de 2009, em Florianópolis, durante o 9º Fórum Mundial de Viagem e Turismo (WTTC), o ocupa a 45ª posição entre os 133 países estudados. No ano de 2008, o Produto Interno Bruto Nacional foi impactado em 6,2% pela economia de serviços e empregou 5.9% dos trabalhadores com carteira assinadas no Brasil. A indústria de viagens e turismo gerou 2,5% do PIB nacional de 2008. Embora, o mesmo relatório apresente que a indústria de viagens e turismo brasileira poderia, ainda em 2008, ter um desempenho superior e ter acrescentado ao PIB nacional mais 1,7%.
As empresas da indústria de viagens e turismo brasileira aumentarão sua participação na economia nacional se sofrerem também, uma espécie de “reengenharia filosófica” na tomada de decisões estratégicas. Com base em SINK (1985) e TRIGO (2003), estas decisões devem ter, por princípio e entendimento geral, as seguintes ponderações: 
·         Entender que no turismo a qualidade é percebida e não certificada;
·         Entender que a percepção da qualidade de um estabelecimento turístico é medida durante todo o tempo em que o turista está interagindo com a empresa. Podendo ser através de e-mails, pesquisando no site ou no tradicional atendimento in loco.
·         Entender que no turismo a única coisa que conta é o atendimento, pois ele despertará sentimentos de qualidade, extremamente subjetivos, porém vitais à empresa ou ao destino turístico que pertença.
·         Entender que a empresa deve abrir espaço ou criar situações para buscar dados diretos do cliente com relação a ela mesma e estar preparada para ouvir, sem questionamentos, sobre a percepção destes. A empresa que consegue ter o feedback dos seus clientes tem condições reais de sucesso em suas estratégias e ações futuras relacionadas a eles.
·         Entender que a empresa depende de profissionais para transformar os dados captados do turista/cliente em informações vitais para auxiliar na tomada de decisões e na elaboração de estratégias empresariais.
·         E, finalmente, entender que todos os pontos acima só são conquistados com investimento na qualificação – quer dos serviços, quanto dos colaboradores - através de um programa de qualificação e treinamento constante dos colaboradores da empresa.
Esta indústria é, certamente, uma das que mais sofre com os impactos relativos à percepção da qualidade, pois no seguimento turístico, o consumo se dá concomitantemente a produção dos bens e serviços. Deste modo, ser competitivo neste mercado é estar atento aos fatores relacionados à forma que o visitante/turista percebe e valora esta qualidade desde o momento da sua opção pela empresa, produto, serviço ou pelo destino turístico até seu efetivo consumo. Como ser competitivo então? Obtendo informações acerca deste setor e suas peculiaridades.
Segundo Rangel e Fonseca (2001), a informação faz a diferença no turismo, no que tange a qualidade. Pessoas que detém informações proporcionam a outras pessoas a verdade e ao mesmo tempo se tornam profissionais mais competentes. Competência nos serviços turísticos é sinônimo de eficiência no atendimento. A qualidade é o que diferenciará um serviço ou produto de outro, principalmente no contexto competitivo atual.
Um problema pontual do setor turístico nacional que é indicado em pesquisas de opinião aponta o atendimento, nos vários segmentos turísticos, como sendo um dos “pontos fracos” da nossa atuação neste setor. Como exemplo principal, temos a fluência do segundo idioma – inglês ou espanhol. A carência de prestadores de serviços turísticos com esse diferencial prejudica nosso desempenho em atrair turistas estrangeiros. O inglês – idioma universal no turismo - nos sites de hotéis e resorts é insuficiente e a comunicação não é efetiva em prospectos de captação de iniciativas privadas.
Um país com o potencial de crescimento como o do Brasil na indústria de viagens e turismo e com condições econômicas de atrair investimentos estrangeiros, necessita se comunicar com o mundo globalizado da mesma forma que o restante do mundo todo se comunica. Este é um fator impulsionador de negócios. Os grandes mercados emergentes na emissão de turistas são os asiáticos (China e Índia) e eles absorveram o inglês como a sua segunda língua para os negócios e, por conseqüência, para o turismo também. Então, cabe ao Brasil entender, da mesma forma que os indus e sinos, que a globalização na indústria de viagens e turismo tem como base de comunicação a língua inglesa.
Existem aspectos relevantes que comprovam que o investimento na qualificação no atendimento dentro do turismo nacional pode gerar crescimento rápido, antes mesmo de iniciar qualquer obra de infra-estrutura. Dentre as 133 economias pesquisadas pelo Fórum Mundial Econômico em 2008; somos o 2º lugar em atrativos naturais, o 14º em diversidade e interesse por nossa cultura. Porém, no item que aborda a disponibilidade de mão de obra qualificada, ficamos em 87º, o que mais uma vez afirma o anteriormente exposto. No item país com afinidade para o desenvolvimento da indústria de viagens e turismo ficamos com o lamentável 108º lugar (BLANKE, 2009).
A pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF) releva se o setor está aberto ao capital estrangeiro. De acordo com Thea Cheisa, uma das responsáveis pelos índices de competitividade, o Brasil recentemente conseguiu captar investimentos estrangeiros de países como Portugal e Espanha no setor de serviços e hotelaria, porém, não recebe investimentos turísticos da Inglaterra, Estados Unidos e Dubai. Há empresas que entendem os números da economia brasileira, porém, vêem o Brasil como um país de risco alto de investimento, pois ainda há entraves burocráticos e a falta de mão-de-obra qualificada com nível comunicação insuficiente para a operacionalização de negócios de toda natureza.     
Estas informações evidenciam que a indústria de viagens e turismo brasileira pode – e deve - concentrar seus esforços para qualificar e medir a qualidade do atendimento em seu setor – somente manter o foco no turista/cliente é o que, de fato, provoca crescimento real e consegue atrair mais investimentos privados estrangeiros em infra-estrutura como hotéis e resorts e grandes empreendimentos de lazer.
O elemento empreendedor das empresas deste setor, atualmente, está na percepção que crescer em mentalidade empreendedora é fundamental para um crescimento real, sustentável e factível.  

O ENTENDIMENTO DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE VIAGENS E TURISMO

Uma definição de planejamento do inglês Ron Hopkins (2005) é de fácil entendimento e extremamente eficiente. Ele diz que planejamento é “aquela série de pontos de ações ligados a cada um e onde todos eles se completam, criando um objetivo ou um resultado específico e visualizado”.
 Todos os atores envolvidos na indústria de viagens e turismo brasileira necessitam visualizar um resultado único – colaboradores capacitados e focados em auxiliar na percepção positiva dos turistas e clientes acerca dos produtos e serviços aqui ofertados.
Em geral, não se inicia um projeto ou uma estratégia sem que se tenha em mente uma imagem mental clara do que se quer alcançar e do que necessita ser feito e a que tempo. Um processo de planejamento só pode ser considerado eficaz, quando fornece a todos os envolvidos, uma idéia nítida do resultado esperado de sua atuação no processo identificado.   Conforme Kerry Gleeson (1996 apud James T Mccay (1985) coloca:

“as imagens em sua mente controlam as suas ações. Se você não tiver esse quadro, se não conseguir entender o que está acontecendo, não agirá. Se as suas imagens estiverem obscuras e confusas, você agirá com hesitação. Se as imagens forem claras e precisas, você agirá com determinação e eficácia.” 

A qualidade nesta indústria deverá ser o objetivo a ser atingido e fazer parte da estratégia de ação e do dia a dia de cada empresa que compõe o setor turístico.
O fundamental é entender que as expectativas dos clientes/turistas, se bem atendidas, transformaram estes em pessoas satisfeitas, ou seja, que pagaram e receberam o que tinham em suas mentes de uma forma muito subjetiva, gerando um sentimento de bem-estar e satisfação completa (BROCKA, 1994). Se isto acontece, significa que as empresas que compõem a “experiência da viagem” tiveram sucesso no atendimento. Esta é a qualidade do turismo percebida, onde o turista/cliente crê nas empresas e as classifica como empresas de qualidade, independente da certificação que possam ter.

ENTENDENDO A QUALIDADE NOS SERVIÇOS TURÍSTICOS

 No âmbito do turismo, o entendimento do que seja qualidade é o resultado de cinco pontos importantes que foram correspondidos em todos os contatos do cliente/turista em sua viagem/experiência. Estes elementos são: confiança, capacidade de dar resposta, segurança, empatia e elementos reais (tangíveis). Abaixo apresentamos o modelo elaborado pelos autores: Parasuaman, Zeithaml & Berry (1985) disponível no site 12MANAGE, site especializado em gestão e gerenciamento estratégico:
Fonte: Parasuaman, Zeithaml & Berry (1985)

O modelo proposto pelos autores deve ser adicionado às estratégias gerenciais de qualquer empresa no setor de serviços. Deve se identificar processos no seu dia a dia que possam ser aprimorados para se obter a qualidade nos serviços turísticos prestados.
Em uma viagem, o cliente/turista irá solicitar e demandar por diversos serviços e a seqüência desses vários atendimentos satisfatórios despertará a percepção positiva da qualidade. Esta percepção coletiva da qualidade é que define os destinos turísticos: cidades e regiões se destacam quando conseguem que suas empresas prestadoras de serviço entendam que os atendimentos “são” resultados de treinamento e qualificação.

PILARES DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE VIAGENS E TURISMO

Os elementos que compõem a percepção do cliente/turista são de fácil entendimento. Porém, é a mudança da cultura empresarial que acelera a prática no cotidiano das empresas prestadoras de serviços turísticos. Então, segundo Parasuaman, Zeithaml & Berry (1985), os pilares da qualidade em serviços são:
a) A confiança como pilar da qualidade na prestação de serviço está atrelada a exatidão das informações, além da “entrega” de atrações ou serviços ofertados como experiências únicas. Ter a consciência de divulgar e falar somente a verdade sobre a empresa ou destino turístico;
b) A capacidade de dar respostas. Está relacionado com a empresa que treina seus colaboradores para sempre se mostrarem responsáveis pela informação prestada. É percebida através da velocidade nas respostas e no quanto a informação é útil aos cliente/turista. Como exemplo: criação do site com fotos e informações verdadeiras além da rápida resposta aos e-mails;
 c) A segurança é outro pilar. Deixar claro a fonte usada ou a autoria da informação. Tratar o cliente/turista com respeito e cordialmente auxilia na percepção da segurança das informações relacionadas ao serviço prestado;
e) A empatia talvez seja o mais importante pilar na prestação dos serviços em geral. É a capacidade de entender a situação do próximo.
Segundo Mussak (2009), a empatia é uma prática e deve ser entendida da seguinte forma:

“Há duas práticas que criam empatia. A da pessoa que se coloca no lugar da outra e a da pessoa que estimula a outra a se colocar em seu lugar. No primeiro caso predomina a capacidade de entender e no segundo a capacidade de se fazer entender. As duas são igualmente importantes. [...] ser empático não é ser simpático. A simpatia pressupõe solidariedade, a empatia pressupõe compreensão. A simpatia cria um envolvimento emocional, que pode prejudicar o julgamento. A empatia estabelece comunicação eficiente. Quando não se cria empatia em uma relação, não há verdadeiramente um diálogo, e sim dois monólogos ocorrendo simultaneamente.”

Os cinco pilares apresentados são excelentes argumentos que devem ser introduzidos e amplamente difundidos nos programas de qualificação e treinamentos específicos que auxiliem na ampla aplicação destes entendimentos no cotidiano das empresas prestadoras de serviços turísticos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Manter o turista satisfeito com o serviço que ele recebe das empresas do setor fortalece a reputação do destino turístico e cria valor com base nestes serviços. A qualidade se percebida por satisfatória ou acima da expectativa é o pilar mestre para a consolidação das empresas que formam a indústria de viagens e turismo global.
É vital a ajuda de todos colaboradores para desenvolver estratégias de melhorias dos serviços de forma criativa. Gerar uma imagem positiva, comunicação efetiva e criar e meios de captar a percepção do turista/cliente é um tarefa que exige uma administração gerencial muito bem capacitada e competente que possa transformar todos os departamentos da empresa em fonte constante de críticas construtivas (feedbacks) que deverão ser analisadas por cada supervisor e gerente da organização.
Um grande desafio brasileiro neste início de século é estimular a indústria de viagens e turismo brasileira a ser mais competitiva e fazê-la gerar mais riquezas, adequando a infra-estrutura existe à demanda de mercado. O índice de competitividade global aponta que o país tem condições reais, comparado a 132 países (WEF), em aumentar a número de visitantes sem, necessariamente, ter que investir em infra-estrutura turística. A infra-estrutura necessária poderá ser realizada com capital privado global, se o país estiver adequado a demanda dos conglomerados turísticos internacionais. Pois a burocracia intensa do estado, a legislação trabalhista do setor e a falta de capacitação são entraves históricos do país, não só no setor do turismo, como em outros setores da economia nacional.
O mercado global da indústria de viagens e turismo propicia a todos os países, a capacidade de disputarem o cliente “em pé de igualdade” pela primeira vez. Uma democratização nas regras de captar mercado. Todos os destinos são passíveis de visitação. Com este cenário, a capacitação dos atores (colaboradores, supervisores, gerentes e diretores) da empresas turísticas devem re-pensar sua atuação e, certamente, aumentar seus investimentos na capacitação de seus colaboradores.
As macro-estratégias do setor devem contemplar investimentos públicos, não em infra-estrutura, mas em capacitação do setor. Entidades de classe representativas da sociedade civil organizada devem cumprir seu papel na busca de recursos para esta finalidade. A capacitação dos atores pode ser um motivo de atrair investimentos privados para complementar a infra-estrutura turística nacional.
O turista/cliente espera confiança e a verdade enquanto o serviço está sendo realizado pela empresas turísticas. Para passar credibilidade e segurança, os colaboradores devem promover a informação correta e verdadeira e devem ser capazes de resolver situações com decisões próprias e serem percebidos, cada um, como um colaborador que agrega valor a empresa que trabalha.
A qualidade de um serviço ou de uma localidade turística como um todo é percebida, na medida em que existe uma homogeneidade na prestação de serviços. O cliente/turista deve perceber que o atendimento é verdadeiro, faz parte da hospitalidade local.
A qualidade no turismo é resultado de um somatório de fatores que devem ser percebidos, analisados e absorvidos pelos gestores das empresas que constituem o universo dos serviços em turismo. Estar apto a fazer a sua tarefa, da melhor maneira possível, atingindo ou superando as expectativas das pessoas, passa por um longo processo de envolvimento pessoal e coletivo para com seus ambientes de trabalho.
            A qualificação constante e a aceitação, por parte dos gestores deste setor, a cerca de que a qualidade é percebida muito mais pelas pessoas que operam a atividade do que pelos equipamentos e atrativos em si, será o grande diferencial de uma verdadeira destinação turística de qualidade.

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