segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Turismo e Perfil Profissional


GESTÃO DE PESSOAS EM ORGANIZAÇÕES TURÍSTICAS


Álvaro Ornelas de Souza Neto[1]
Cristine Fabbris[2]


A consolidação do turismo no Brasil, em especial em Santa Catarina depende de estratégias empresariais com foco no atendimento de qualidade ao turista. A aplicação efetiva da estratégia demanda por investimentos em treinamento direto ao colaborador e também na elaboração de campanhas de comunicação da empresa com o colaborador. O real entendimento de que o turismo é uma seqüência de atendimentos e que é desta cadeia de atendimentos que resulta a satisfação do cliente e, por conseqüência, a consolidação de empresas de serviços turísticos. Para este artigo, pontuamos alguns exemplos empresariais globais que aplicam estratégias focadas no atendimento, a fim de que possam ser úteis referencias as empresa que estão atuando ou que venham atuar no marcado de prestação de serviços turísticos.


Palavras-chave: Gestão de Pessoas; Turismo; Colaboradores; Serviços Turísticos; Empresa Familiar.


1. Introdução

Falar nas organizações hoje, mais do que nunca é reportar-se aos que a dão vida, ou seja, as pessoas. No mundo globalizado onde a informação é disseminada quase que instantaneamente, o ser humano tem papel fundamental no cumprimento das metas e objetivos das organizações. No que tange o turismo, falar de Gestão de Pessoas é tarefa um tanto quanto complexa, pois toda e qualquer atividade deste setor gira em torno de pessoas. São pessoas trabalhando para pessoas.
Por ser uma atividade econômica geradora de renda e de inúmeros postos de trabalho, o turismo vem crescendo exponencialmente e a qualificação, a profissionalização e a capacitação das pessoas não têm acompanhado este crescimento.
Turismo para Andrade (1995, p.38), é o conjunto de serviços que tem por objetivo o planejamento, a promoção, a execução de viagens e os serviços de recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora de suas residências habituais.
Um importante ponto a se considerar é o fato de que a mão-de-obra turística se origina, na maioria das vezes, de outros setores produtivos que estão passando por uma fase de mudança em suas estruturas devido às modificações provocadas pela revolução científico-tecnológica que estamos vivendo (PIMENTA, 2004).
Neste contexto, se percebe que as organizações vivem um momento de constantes transformações. De um lado são conduzidas a buscar competitividade, racionalizando e otimizando custos e não perdendo a qualidade; de outro, enfrentam dificuldades para gerir uma complexa rede de interesses internos e externos que exigem do gestor postura firme e focada nos resultados.
 “As empresas de serviços precisam lembrar que ninguém mais precisa de nada. Atendimento e atendimento. O atendimento é a chave”, segundo Elsa Klesch, Editora de Estilo da CNN (Cable News Network).
Com base nestes pressupostos, este artigo tentará, de maneira simples, apresentar um breve relato da Gestão de Pessoas em alguns exemplos de organizações turísticas, enfocando o resultado final que o ser humano tem na finalização da prestação de qualquer serviço turístico, para tanto, usaremos como o referencial teórico base, um dos únicos títulos que tratam desta temática – “Gestão de Pessoas em Turismo: sustentabilidade, comunicação e conhecimento” (2004) e o conhecimento empírico adquirido em 15 anos atuação em consultorias a empresas prestadoras de serviço no Brasil e exterior de um dos autores deste artigo.


2. Turismo e os recursos humanos.

A atividade turística é composta por segmentos distintos: atratividades, hospedagem, alimentação, lazer, eventos, transportes, entre outros serviços. Mas, para que uma localidade tenha um diferencial de competitividade dentre as inúmeras ofertas existentes a apresentação e a prestação dos serviços, nestes segmentos, tem um papel relevante na consolidação de uma localidade em destino turístico de sucesso.
A qualificação por intermédio da educação, primeiramente, faz com que cada prestador de serviço transforme um simples atendimento em uma recordação inesquecível para o cliente, trazendo para si a responsabilidade e a importância do seu papel no conjunto. Já a gestão de recursos humanos no turismo, compreende a sistematização de conhecimentos de várias áreas (psicologia, geografia, comunicação, entre outras áreas) com o objetivo de promover a eficiência, a qualidade dos serviços e dos produtos e a melhoria na qualidade de vida no trabalho (PIMENTA, 2004).
Em organizações prestadoras de serviços, particularmente, a gestão de recursos humanos é imprescindível já que trabalha com componentes intangíveis e de difícil mensuração, como por exemplo, a satisfação de um cliente.
No turismo, a compra de um produto turístico (parte tangível da atividade) leva consequentemente à compra de serviços anexos (parte intangível, os serviços). O produto turístico se compõe de estruturas formais e físicas, mas a operacionalização destas se dá através da prestação de serviços feita pelas pessoas. Dessa forma, um fator determinante na qualidade é a atitude das pessoas que estão à frente lidando com o cliente. Um sorriso, o tom de voz, a apresentação pessoal são fatores cruciais na avaliação do cliente. Diante disso, uma organização do setor turístico – seja ela um hotel, um restaurante ou uma agência de viagens que pretenda ser ou se manter competitiva, deve proporcionar um clima de desenvolvimento de melhores atitudes em seus colaboradores através de programas adequados de gestão de pessoas (PIMENTA, 2004).
A empresa que busca o sucesso na prestação de serviços deve ter como visão o atendimento. E, sendo o atendimento o foco principal do negócio, recursos em treinamento/desenvolvimento ficam disponíveis a todos os cargos dentro de uma organização do futuro, cabendo a diretoria/departamento de R.H. o compromisso de criar estratégias para disseminar a visão da organização para o todo. 
Para tal, deve-se ter o entendimento que a formatação do padrão de atendimento de cada organização está diretamente relacionada com o investimento em treinamento e capacitação de seus colaboradores. A padronização do atendimento de uma empresa de prestação serviço não só garante a manutenção do cliente através da satisfação, como também serve de base para a expansão. Ao criar uma metodologia de treinamentos específicos, a empresa se prepara para atuar em mercados de diferentes culturas, porém, com a característica que lhe é única – o atendimento diferenciado. 
A rede de restaurantes Hard Rock Café que, desde 1971 tem o slogan “Love All Serve All” (ame a todos, atenda a todos), é um exemplo de expansão que mantém um lema e aplica esta filosofia a todos os seus colaboradores, em todos os cinqüenta e três países onde a rede tem seus restaurantes; inclusive no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.
Quando a organização deixa claro qual é o foco de sua atividade às equipes de colaboradores, estes conseguem entender e inovar na “área chave” que a empresa se propõe. O entendimento de toda organização que prima pelo atendimento de qualidade trás retornos diretos, não só ao negócio da empresa, mas em toda a comunidade que percebe, na prestação de serviço, uma fonte real de crescimento. As características coorporativas de uma organização devem ser percebidas em todos os seus ambientes.
As organizações turísticas, em geral, são compostas por pessoas sem formação profissional na área da prestação de serviços e a empresa, muitas vezes, não tem sucesso na comunicação com seus colaboradores e ainda não investe no canal principal – o atendimento.
A formação profissional institucional (cursos de graduação, técnicos e pós-graduação) é recente. Segundo Pimenta (2004, p. 13), “muitos acreditam até que, sendo um trabalho voltado para o lazer, não existiriam procedimentos definidos e que o conhecimento teria pouca importância”.
Outro dado importante, é que devido à característica de sazonalidade dos serviços turísticos na grande maioria das localidades turísticas brasileiras, a contratação de prestadores de serviços temporários dificulta no treinamento e a qualificação desta “força de trabalho” para o melhor exercício de suas funções, por vezes, colocando em risco toda uma imagem de qualidade construída.
Na indústria mundial de prestação de serviços, temos organizações de sucesso que mantém altos índices de comprometimento de colaboradores temporários sem perder a qualidade no atendimento. Muitas vezes trazem em seu quadro de atendimento temporário, jovens brasileiros; como no case da Disney, de Orlando (USA), que na alta temporada necessita de colaboradores que falem português para atender seu segundo maior público visitante – os brasileiros. O diferencial Disney é que a empresa montou estratégias de demonstrar ao colaborador fixo e ao temporário, os requisitos necessários, a postura correta e o comportamento adequado em total sincronia com a macro-estratégia da organização.
Todos que tem contato direto com o público, têm claro em seu entendimento que o hóspede é importante, tão importante que lá, a palavra hóspede é escrita com letra maiúscula (Guest). A Disney é “mestra” nas estratégias certas de atendimento, chamadas de C.C. (coisas certas). E o princípio corporativo é baseado na estratégia M M (momentos mágicos). Esta expressão é, ao mesmo tempo, produto, slogan e uma ordem direta a todos os colaboradores que tem envolvimento com o visitante.
O treinamento dos colaboradores do Grupo Disney tem um padrão formatado de excelência no mundo todo, tendo em vista que a organização tem o atendimento como foco de seu negócio. Mas, só alcança o sucesso, porque sabe se comunicar com seus colaboradores internos; lá chamados de anfitriões (hoster), deixando clara a responsabilidade que o colaborador tem para com o sucesso da organização.


3. Caracterização do setor de serviços em turismo

            A prestação de serviços é uma atividade muito antiga, mas sua expansão é recente. Os serviços antigamente eram mais informais, assistemáticos e pouco profissionalizados. Hoje, devido ao significativo montante de recursos financeiros alavancados e a incrível capacidade de geração de empregos, divisas e a competitividade acirrada, obrigaram o setor a formalização de estratégias e procedimentos de profissionalização de seu pessoal.
Segundo Guerrier (2000), o setor de serviços em turismo tem grande potencial que, para ser devidamente aproveitado, deve-se considerar suas especificidades que se caracterizam:
a)      Por uma dimensão tangível e outra intangível – o tangível diz respeito ao que é material, concreto (as instalações físicas, os utensílios, a decoração, as refeições). Já a dimensão intangível, que é o que realmente distingue o setor de serviços do produtivo, caracteriza-se pela abstração, não pode ser medido ou controlado – é sutil;
b)      Pela necessidade de estarem próximos do cliente – a proximidade com o cliente como no atendimento à recepção, no servir um jantar ou solucionar uma dúvida, necessariamente implica numa proximidade direta como cliente. Isso demanda responsabilidade e comprometimento do prestador de serviço e seu pessoal em evitar erros, pois estes são identificados imediatamente;
c)      Pela demanda variável em função do desejo/necessidade do cliente – relacionado às estações do ano, os feriados, as folgas semanais, a organização do dia, etc.;
d)     Por seus produtos serem perecíveis – no turismo, tudo o que se vende ou se prepara para o consumo do turismo é para “aquele” momento específico de consumo; por exemplo: um quarto de hotel não vendido hoje, não poderá ser recuperado amanhã. Esses serviços e produtos, se não consumidos, se perdem. A estocagem é possível quando falamos de produtos, mas com os serviços é praticamente impossível.
Estas características são exclusivas do setor de prestação de serviços, atingindo todos os aspectos da hospitalidade (BAPTISTA, 2007). 
O contato direto e próximo com o cliente demanda um conhecimento generalista sobre aspectos sociais e culturais, o que favorece a tolerância e respeito entre culturas. A relação da qualidade na prestação de serviços é fundamental para o aumento de visitantes em determinada região que, por sua vez, depende do visitante. Assim, o aspecto mais importante é a sustentabilidade econômica que a prestação de serviços turísticos gera em uma economia local.
Na atual conjuntura, os números são muito favoráveis ao turismo que hoje, é responsável por 8,4% dos postos de trabalho em todo mundo. No setor turístico atualmente, são 238,3 milhões de empregados, o que representa 1 a cada 11,9 empregos gerados no mundo (WTTC, 2007).
Existem estudos que projetam um crescimento anual no turismo mundial de 4% ao ano em um período de dez anos. Mas este cenário positivo só se replica às cidades, estados e países que entendam que o Sistema de Turismo - SISTUR (BENI, 2004) e que consigam organizar-se em prol de uma estratégia de desenvolvimento turístico.
Por fim, o planejamento da estrutura turística é a característica mais marcante do setor de serviços turísticos (NOVAES, 1985), envolve conhecer todos os impactos ambientais, socais e culturais, demanda investimentos de grande impacto para adequação da potencialidade turística e a real demanda turística e, por fim, exige profissionais eficientes para a manutenção e gerenciamento do setor turístico.
Mesmo existindo aspectos comuns entre o setor turístico e outros serviços, existem também diferenças significativas que tornam necessárias considerações mais detalhadas, particularmente, no que se refere à gestão de pessoas. Com o crescimento da indústria do turismo, empreendimentos ligados aos atrativos (festas, feiras, exposições, etc.) e à infra-estrutura (alojamentos, alimentação, entretenimento e transportes) também crescem. Em ritmo menos acelerado, também crescem empreendimentos que se relacionam indiretamente com o turismo, como o setor de confecções, artesanato e publicidade (PIMENTA, 2004).
Desta forma, este setor demanda de pessoas qualificadas para planejar, gerir e atender esta “fantástica” indústria dos serviços.


4. Características de organizações turísticas

            Para que consigamos situar as pessoas dentro das organizações, prioritariamente, precisamos caracterizar as organizações em que estes estão inseridas, dessa forma, Ramirez Cavassa (1994 apud PIMENTA, 2002, p. 25-26) menciona as características das organizações prestadoras de serviços turísticos, conforme o tipo de atividade que realizam. É possível apontar duas características; as gerais e as específicas.
            As características gerais são: objetivo básico de serviços e lucro; estrutura rígida, unidade econômica geradora de riqueza, pouca diversificação de operações e tarefas, mercado interno e externo, demanda intermitente, não contínua, demanda elástica, voltada para o mercado de massa, produto turístico elaborado e consumido no local, pessoal qualificado. As características específicas variam de acordo coma tipologia da atividade para qual estão voltadas:
a) Hotéis – variedade de tamanho, pessoal altamente especializado, alto grau de segurança e manutenção, gestão complexa, rigidez na oferta (padronização) dos serviços e atividade dependente da flutuação sazonal.
b) Restaurantes – empresas de pequeno e médio porte, pessoal altamente qualificado, alto grau de higiene e segurança, gestão menos complexa, flexibilização na oferta dos serviços e demanda relativamente contínua.
c) Transportes – grande variedade de tamanho, pessoal altamente qualificado, alto grau de conforte e segurança, sistema administrativo eficaz e demanda sujeta a variação da sazonal.
d) Lazer e eventos – tamanhos variados, alta diversidade de serviços oferecidos, alta qualidade e segurança dos serviços, gestão e manutenção permanente e capacitação de pessoal para atividades diversas.
e) Operadoras e agências de viagens – tamanho pequeno ou médio, alto grau de responsabilidade com o cliente e empresas prestadoras de serviços, demanda flexível e sazonal, dependa da demanda e da oferta, capacitação do pessoal para planejamento e operacionalização de pacotes turísticos personalizados.
A partir do momento que as organizações são caracterizadas, fica mais fácil acertar as estratégias de gestão de pessoas e da qualidade para se atingir as metas e objetivos propostos.
A clareza da estratégia é determinante no sucesso da empresa prestadora de serviço. Exemplos de organizações como Disney e Hard Rock Café colocam “em xeque” todas as demais organizações prestadoras de serviços turísticos que não tenha o atendimento como seu foco principal. Cada área de atuação demanda de uma estratégia específica e eficaz quanto à qualidade no atendimento, ou seja, a satisfação de diferentes segmentos da prestação de serviços turísticos.
Mesmo com a segmentação de estratégias de atendimento dentro da prestação de serviços turísticos, um único entendimento deve servir como base: a percepção real de sua atuação na estratégia macro da economia de serviços. Entender os aspectos da cadeia de atendimento, expectativas individuais e conhecer conceitos de marketing aplicado, auxilia na obtenção de bons índices de satisfação. (GOLDMANN, 1993).
O entendimento que a economia de serviços turísticos é formada por uma cadeia de atendimentos sucessivos e, que cada etapa contempla a percepção de satisfação do cliente com relação ao destino turístico, independente do motivo da viagem, é chave para haver foco em todas as ações que têm impacto na hospitalidade de uma localidade. 
                       

5. A pequena organização familiar

De acordo com o Conselho Mundial de Turismo – CMTur - a economia de serviços tem como característica principal que 80% das empresas que atuam são de pequeno e médio porte e demandam um capital inicial pequeno para iniciar suas atividades. Os 20% restantes, compõem empresas de grande porte que, geralmente, são responsáveis pelos grandes equipamentos que alavancam o turismo local. Temos como exemplo, a implantação de um centro de eventos em uma localidade, a inauguração de um resort ou mesmo de um novo hotel executivo. Por esta característica, é muito comum no setor turístico nos deparamos com muitas empresas familiares. Elas são, na sua maioria, restaurantes, pousadas, agências de viagens, empresas organizadoras de eventos, entre outras prestadoras de serviços menores.
Ainda, segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, o porte da empresa (micro, pequena, média ou grande) esta relacionados a índices como: número de funcionários e rendimento bruto. No comércio e nos serviços, até nove funcionários, enquadra a empresa como microempresa e até quarenta e nove, como pequena empresa.
Neste segmento é alta a mortalidade das pequenas empresas em função da falta de planejamento, capital e profissionalização dos empreendedores.
            No que tange à gestão de pessoas, quanto menor o número de colaboradores em uma organização, maior será a possibilidade do acúmulo de funções, por isso, Pimenta (2004) coloca que há mais necessidade de polivalência e de flexibilidade, bem como, maior cuidado com os relacionamentos interpessoais.
Ainda de acordo com Pimenta (2004), outra característica da pequena empresa, é o fato de que alguns ou todos os seus componentes serem parentes. Essa condição merece uma consideração especial. Embora sejam instituições distintas; família e empresa, na empresa familiar ocorre uma superposição de seus membros, metas e valores. A função social da família é cuidar do desenvolvimento e educação de seus membros e a da empresa é produzir bens e serviços.
Segundo Lodi (1993, p. 06), a administração familiar “é como aquele em que a sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores institucionais da firma identificam-se com o sobrenome da família ou com a figura do fundador”.
            A manutenção e o sucesso da organização familiar residem na gestão equilibrada. Nesse sentido, é importante conhecer os pontos de vulnerabilidade e também suas vantagens para reforçá-las e enfrentar suas dificuldades. Os pontos de vulnerabilidade são: tomada de decisões, motivação de funcionários não familiares e rivalidade entre familiares. Lodi (1993) ainda aponta que as fraquezas da empresa familiar seriam a empregabilidade de parentes por favoritismo e não por competência, a falta de disciplina, a falta de um sistema de planejamento.
            Também existem vantagens que a organização familiar apresenta tais como: laços familiares, continuidade da administração e a imagem que, quando explorados corretamente, conseguem solidificar o negócio.
            Ainda não se têm índices reais do percentual de micros e pequenas empresas de prestação de serviços que sejam familiares, mas, supõe-se que o número chegue próximo a 80% das empresas atuantes no setor turístico.


6. O perfil do profissional do turismo

            As organizações prestadoras de serviços têm diferentes características das empresas industriais. A avaliação da qualidade dos produtos percebida pelo cliente é uma delas, já que na indústria, não se dá de forma imediata.
A distância entre quem produz e quem consome o produto retarda o feedback em relação ao desempenho da empresa como um todo, já no setor dos serviços, o consumo é imediato, prestado diretamente ao cliente e este avalia, imediatamente sua qualidade. Essa característica confere muita responsabilidade aos profissionais desta área, neste caso, o setor do turismo.
            Pimenta (2004, p. 34) define que o perfil do profissional compreende a formação profissional e algumas características necessárias. Considerando o acolhimento e a qualidade (hospitalidade) como base do setor turístico, a formação dos profissionais para esta área deveria contemplar:
a)      Cultura geral sólida – história, geografia, política, atualidades, etc.,
b)      Conhecimentos específicos da área de atuação – recepção, governança, alimentos & bebidas, vendas, administração, eventos, entre outros,
c)      Qualidades pessoais – autocontrole, flexibilidade, trato pessoal e social, polidez, empatia, receptividade, etc.
Analisando o fato de que no turismo a prestação de serviços atinge a uma clientela que não se pode padronizar – heterogenia – e nem rotular com formas específicas de atendimento e rotinas de trabalho, a gestão das pessoas que trabalham nestas organizações deverá primar por um perfil que busque a eficiência, sem que se faça o uso empirismo (Lage, 2002).
Compreender a complexidade inerente ao setor de serviços turísticos e suas relações com os demais setores também é uma característica relevante no perfil deste profissional.
            Para Trigo (1998) e para Ansarah, (2002), o uso do empirismo, a falta de profissionalização e as dificuldades na formação técnica do profissional do setor turístico têm sido incansavelmente tratados por estudiosos da área. Essa realidade visa combater a prática profissional atual que compromete a sustentabilidade do setor, pois a rotatividade e a baixa remuneração dos colaboradores, bem como a qualidade dos serviços, dependem de uma fidelidade para com a organização em que se trabalha.
            Ansarah (2002) coloca ainda que existe um descompasso na prestação dos serviços turísticos brasileiros. Isso se deve à baixa qualificação dos profissionais e a inadequação dos programas e currículos da maioria dos cursos superiores e técnicos em turismo e hotelaria. Existe a necessidade de se articular a qualificação demandada pelo mercado e os programas dos cursos de turismo.
            A formação deste profissional deve ter um caráter técnico-científico, desenvolvendo habilidades de pesquisa e planejamento, possibilitando ao turismólogo (bacharel em turismo) atuação no mercado como gestor da atividade e ao técnico, atuação direta com a logística operacional do setor.
            Outro aspecto importante para o delineamento do perfil profissional do turismólogo é o domínio das tecnologias emergentes neste setor. Hoje a atuação deste profissional é balizada, quase que em sua totalidade, em aparatos tecnológicos. Os avanços tecnológicos neste setor vêm alterando fortemente o processo de produção e a forma de distribuição dos produtos e serviços turísticos. A Internet modificou muito a relação do turista com os prestadores de serviços.
            É cada vez mais exigido do turismólogo um perfil empreendedor, onde ele consiga colocar em prática o conjunto dos saberes e conhecimentos adquiridos na academia; na abertura de empresas prestadoras de serviços turísticos que tenham um plano de negócios fundamentado em estatísticas mercadológicas, seguindo tendências globais, incentivando alianças estratégicas com outros prestadores de serviço da qual a nova empresa faz parte e que, acima de tudo, tenha o atendimento como foco essencial da sobrevivência da nova empresa.


7. Considerações Finais

A economia de serviços tem por base o atendimento. Ainda não esgotamos todo potencial humano na interação com outros seres humanos. O estudo de comparações e a busca de padronização nos processos que geram contato direto na prestação de serviços ainda é um desafio.
O setor econômico brasileiro quer usufruir das possibilidades que o turismo pode agregar no desenvolvimento socioeconômico, porém, empresários e empregados do setor da prestação de serviços necessitam estar ajustados nas estratégias de comunicação direta (da missão e da visão) da empresa. É primordial que o foco principal do negócio seja a prestação de serviço através de um atendimento de qualidade.
O maior desafio é desenvolver métodos e estratégias de atendimento eficientes e de qualidade. Qualidade e quantidade são os desafios da prestação de serviço moderna global, mas, em especial no Brasil, que ainda sofre um crescimento por demanda na prestação de serviços.
O uso das tecnologias modernas no atendimento não serve somente para gerar qualidade no atendimento, mas esta união de ferramentas tecnológicas a uma estratégia empresarial focada no atendimento consegue agregar valor às empresas prestadoras de serviços.
O desafio brasileiro é adequarmos nossos empresários e colaboradores a perceberam que treinamento/desenvolvimento, estratégias empresariais e comunicação direta e eficiente, são fatores básicos para que o Brasil passe de 14ª economia de serviços no mundo para a 6º posição em apenas 10 anos[3].
Estes dados demonstram que o mercado brasileiro tem chances reais de ultrapassar economias tradicionais no turismo, como México e Itália, por suas características continentais, pelo mercado interno crescente e ainda pela possibilidade de gerar empresas com diferencial de mercado.
O atendimento não pode ser “copiado” de outros mercados, não pode ser implantado por decretos. O estilo de atendimento brasileiro altamente profissional vai ser consolidado unindo culturas regionais hospitaleiras a técnicas de atendimento modernas. Este mix poderá ser o diferencial na prestação de serviços turísticos brasileiros no mundo e, por conseqüência, o sucesso econômico de nosso país.


8. Referências

ANDRADE. J. V. de. Turismo: fundamentos e dimensões. São Paulo: Ática, 1995.

ANSARAH, M. G. dos R. Formação e capacitação do profissional em turismo e hotelaria: reflexões e cadastro das instituições educacionais do Brasil. São Paulo: Aleph, 2002.

BAPTISTA, M. Turismo: Gestão Estratégica. Lisboa, Portugal. Ed Verbo, 2006.

BAUGARTEN, J. C. World Travel and Tourism Council Annual Report. London: WTTC, 2007.

BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 8. ed. São Paulo: Senac, 2003.

DORNELAS, J. C. A. Como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa.   3.ed. São Paulo: Senac, 2003.

GOLDMANN, H. Estratégias Inovadoras de Vendas. São Paulo: Ediouro, 1993.

GUERRIER, Y. Comportamento Organizacional em hotéis e restaurantes: uma perspectiva internacional. São Paulo: Futura, 2000.

LAGE. B. H. G. Os profissionais do Turismo. Gazeta Mercantil. São Paulo, 11 e junho de 2002. p. A-2.

LODI, J. B. A empresa familiar. 4 ed. São Paulo: Pioneira, 1993.

PASSOS. J. C. Análise da gestão de pessoas em organizações de serviços hoteleiros. Revista CEPPG. Goiás. Ano VII, n. 12, 1º semestre 2005.

PETERS, T. O Círculo da Inovação. São Paulo: Harbras Bussiness, 1998.

PIMENTA, M. A. Gestão de Pessoas em turismo: sustentabilidade, qualidade e comunicação. Campinas, SP: Alínea, 2004.

NOVAES, A.G. Modelo em planejamento urbano, regional e transportes. São Paulo: Edgard Blucher, 1985.

TRIGO, L. G. G. A sociedade pós-industrial e o profissional em turismo. Campinas: Papirus, 1998.

http://www.sebrae.com.br>. Acesso em 08 ago. 2008.


http://www.wttc.org/h>. Acesso em 20 ago. 2008.



[1] Especialista em Administração Global pela Universidade Independente de Lisboa (2001); Professor titular do Curso de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e consultor em projetos de infra-estrutura turística.
[2] Especialista em Empreendedorismo no Turismo pela ENE/UFSC (1999); Bacharel em Turismo pela Escola Superior de Turismo e Hotelaria - ESTH (1999); Coordenadora dos Cursos de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Eventos da ASSESC. Diretora da GIRUS Soluções em Turismo.

[3] Segundo os estudos de potencias turísticos globais do Conselho Mundial de Turismo em 2007.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Polo Náutico é Apresentado ao Prefeito Elói Rocha de Tijucas.

O projeto de desenvolvimento do Polo Náutico de Tijucas foi  apresentado nesta sexta-feira (17) ao prefeito Eloi Mariano Rocha, aos vereadores e a um grupo de empresários locais. 

                                     
O encontro foi conduzido pelo vereador Jean Carlos de Sieno dos Santos e pelo Coordenador do GTT Náutico de Santa Catarina, Álvaro Ornelas, os quais têm acompanhado de perto o desenvolvimento do projeto nos últimos anos e o momento atual de execução do plano.

Segundo Ornelas, “algo que precisa ficar muito claro é de que o pólo náutico de Tijucas já é uma realidade”, diz. Em sua apresentação, ele falou sobre as potencialidades do município e de toda a Baía Tijucas, que envolve municípios vizinhos que também contam com grande vocação náutica.
“O foco de Tijucas precisa ser diferenciado, por isso, todo o projeto tem como base a oferta de serviços náuticos, em especial, de manutenção e construção de embarcações. É algo inovador, ainda não oferecido aqui na região”, diz.
Segundo ele, dentro da marina de serviços estará o pólo de capacitação náutica. “Não pretendemos fazer parcerias ou convênios apenas com uma universidade, mas sim, com diversas instituições do exterior. Nossos primeiros contatos já incluem a possível vinda de instituições da Itália, Portugal e Inglaterra, por exemplo”, afirma.
A apresentação do plano ainda revelou que Tijucas precisa definir agora o que pretende para a sua orla nos próximos vinte, trinta anos. Para isso, ele citou exemplos de sucesso como Boston, Nova York e outras cidades litorâneas que conseguiram explorar rios e mares de forma inteligente, em acordo com o meio ambiente e com as novas tendências de vida em sociedade.
O presidente da ANCORA (Ass Nacional de Cooperação em Redes de Apoio à Economia do Mar do Brasil), João Thomas Masturbam, também acompanha de perto o surgimento do polo náutico de Tijucas e vê o projeto com entusiasmo. Tijucas está começando de forma planejada e isso faz toda a diferença", disse ele ao público presente. 
O diretor de Administração e Finanças do Sebrae, engenheiro Sérgio Fernandes Cardoso também se fez presente no encontro desta sexta-feira (17). “O Sebrae é parceiro do pólo náutico de Tijucas desde o primeiro momento e continuará sendo. Por isso, vamos apoiar a realização do segundo festival náutico de Tijucas que acontecerá em breve”, afirmou.
O secretário de estado de Planejamento de Santa Catarina, Murilo Flores, que estava em Tijucas para verificar as necessidades do município, também prestigiou o encontro. “Conheço o projeto do pólo náutico de Tijucas há alguns anos e sei da importância desta obra para a cidade e para a região como um todo. E justamente por isso, apoiamos a realização do EIA-RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) para que o projeto seja feito de acordo com as necessidades locais”, diz.
Finalizando o encontro, o prefeito Eloi Mariano Rocha agradeceu aos organizadores pela apresentação do projeto e colocou a administração municipal à disposição de todos. “Sempre acreditei que o futuro de Tijucas está no nosso Rio e por isso, no que depender de nós, podem contar com todo apoio necessário. A prefeitura de Tijucas está de portas abertas e eu, como prefeito, comungo deste projeto”, finalizou.

                              
SECRETÁRIO VISITA PONTOS DA CIDADE
Após o encontro com empresários no Sebrae, o prefeito de Tijucas, Eloi Mariano Rocha, o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Jilson José de Oliveira e o diretor do Sebrae, Sérgio Cardoso percorreram alguns pontos da cidade com o secretário de estado Murilo Flores.
Entre os pontos visitados, destaque para a Ponte Bulcão Viana, que tem pedidos de restauração encaminhados ao governo do Estado; a beira rio de Tijucas que precisa de revitalização, e ainda, a praia de Tijucas e a boca da Barra, as quais foram tema do encontro sobre o Plano Náutico da cidade.
Estas e outras obras foram solicitadas à secretaria de Estado de Planejamento em um ofício entregue pessoalmente pelo prefeito de Tijucas ao secretário Murilo Flores.









Fonte:
Assessoria de Comunicação do SEBRAE SC
Assessoria de Comunicação da ANCORA Brasil
Assessoria de Comunicação do Gabinete do Prefeito Municipal de TIjucas, Sr. Elói Rocha 

TextoJornalista Karina Peixoto da Silva, Fevereiro de 2017. Adaptado por Álvaro Ornelas. 

Fotos: Larissa Souza, Fevereiro de 2017.

Imagens: 
TMC - Tijucas Marine Center
ANCORA da Economia do Mar. 




segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Neutralização de CO2 no Turismo Náutico


NEUTRALIZAÇÃO DA EMISSÃO DE GÁS CARBÔNICO NA
 INDÚSTRIA DE VIAGENS  E  TURISMO BRASILEIRA


Álvaro Ornelas de Souza Neto[1]
Cristine Fabbris[2]


A consolidação da industria de viagens e turismo no Brasil é vista como uma oportunidade de gerar emprego e riquezas. O pais apresenta real potencial de crescimento nesta área pois tem atrativos naturais unicos e é formado por uma grande diversidade cultural. A promoção dos aspectos culturais, naturais e socias da sociedade brasileira são elemento que têm relevancia para a expansão deste setor que participa pouco dos números da economia brasileira. O Brasil destaca-se ainda por apoiar o Protocolo de Quioto e desenvolve tecnologias para dimuição da emissão de gás carbônico na atsmofera. E tem no turismo uma industria aliada para manter os indices de crescimento, a dimunição de Co2 e gerar oportunidade de emprego para sua população. A consciência ecologica brasileira  também está presente na industria de viagens e turismo  que vem promovendo eventos turisticos com pensação de carbono. A implantação de hoteis e resorts que apresentem eco-soluções para o aproveitamento dos recursos e na geração de energia. A preservação do meio está presente na industria de viagens e turismo brasileira e é entendida como um atrativo turistico do Brasil. O meio preservado é a garantia da sustentabilidade do crescimento da economia brasileira e do setor de viagens e turismo. Sem os impactos que contribuam para o efeito estufa que promovem o aquecimento global.

Palavras-chave: Industria de viagens e turismo, preservação, oportunidade de crescimento economico, emissão de gás carbônico.

1. Introdução

As evidências científicas das causas do aquecimento global e dos riscos climáticos decorrentes do problema levaram 160 países a criar, em 1997, o Protocolo de Quioto, um tratado internacional que determina metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, chamados de GEE, e estimula o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. O nome do  Protocolo deu-se devido ao fato dele ter sido criado durante a 3ª Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 3) realizada na cidade Japonesa de Quioto. Que foi realizada em complemento da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento – ECO 92, realizada em 1992 na cidade do Rio de Janeiro.
O Protocolo de Quioto entrou em vigor em 2005 nele os países industrializados devem reduzir as emissões de gases que contribuem para o efeito estufa, em 5,2% comparando com os indices de emissão de 1990, em apenas 5 anos (de 2008 a 2012). Isso representa conter 5 bilhões de toneladas de gás carbônico que serão lançadas na atmosfera resultado da produção e do consumo desenfreado. Cada país tem uma meta, calculada com base na contribuição de cada um para as emissões totais de GEE lançadas na atmosfera desde a revolução industrial. Os países em desenvolvimento não possuem metas, pois passaram por um processo de industrialização tardio. Sua colaboração para a emissão de gás carbônico na atmosfera iniciaram somente nos últimos anos. Os países como Brasil, China e Índia não têm metas diretas no protocolo. 
Mesmo participando ativamente do crescimento da economia mundial, os paises que desenvolvimento não tem metas efetivas nestes primeiros cincos anos de redução de CO2. Mas o comprometimento com a busca de novas técnologicas que ajudem a redução gases que contribuam com o efeito estufa, e por conseguencia, o aquecimeto global. Na China, o pais que apresenta o maior crescimento em sua economia nesta primeira década do seculo XXI, novas fábricas são construidas com filtros em suas chaminés. A reciclagem do lixo produzidos nas metropoles chinesas são tratados por empresa multinacionais que dominam tecnologias de ponta para a reciclagem. Outro exemplo que vêm da China é o projeto de Dongtan que consiste na criação da primeira eco-cidade do mundo. Uma nova área próxima a Shangai que está sendo construída com prédios eco-eficientes, a energia da cidade será solar e heólica, a água será captada das chuvas e re-utilizadas no dia-a-dia da cidade. A China, com estes exeplos mostra-se consciente com a sua responsabilidade ecologica, mas não pode abrir mão do desenvolvimento economica e da gerão de emprego que o pais vem experimentando neste período.
Outro país que não tem o compromisso no Protocolo de Quioto é o Brasil. Mesmo sem o comprometimento formalizado internacinalmente o Brasil  já é o primeiro país a ter 100%  dos carros produzidos em território brasileiros com a tecnologia Flex, ou seja, nossa emissão de gás carbônico caiu consideravelmente. Através de nova tecnologia o Brasil cresce mas mantém uma significativa redução de emissão de CO2 na atmosfera. As empresas brasileiras estão cada vez mais preocupadas com o meio-ambiente. O consumidor final brasileiro, pelo menos uma significativa parcela. também já despertou para a importância de consumir produtos manufaturados por empresas que tenham responsabilidade socio-ambiental. A sociadade organizada dá sinais que o crescimento economico só é pleno se os processos de produção tenham responsabilidade ambiental e que os lucros sejam aplicados em projetos sociais. Vimos a cada ano novas empresas a despontar com idéias ecológicas e com ideias que promovam diminuir a diferença social de nossa nação. Demostrando que o Brasil está no caminho  certo quando promove a educação e programas de distribuição de renda. Na indústria  de viagens e turismo este sentimento vem ganhando relevancia e a compesação de carbono é uma forma de atender ao publico exigente.
REPENSAR O FINAL DA INTRODUÇÃO ... !!! ????

Indústria de viagens e turismo no Brasil.  
A economia brasileira historicamente tem a agricultura como sua base. O setor agro-negócios é responsável a cada ano por novos recordes na colheita de super-safras. Que são obtidas como resultados de várias pesquisas e técnicas avançadas de produção por hectare quadrado. A industria brasileira, presente no pais a partir do inicio do século XX. Também contribui com qualidade e produtividade na economia brasileira. A produção brasileira, atualmente conta com tecnologica atualizada e altamente competitiva. E várias empresas brasileira competem em igualdade e até mesmo dominam mercados globais. Como exemplo, citamos: a Brasmoto, Datasul, Petrobras, Vale do Rio Doce, Embraer, e até mesmo o novo mega banco criado pela fusão do Itaú-Unibanco. A industria brasileira cresce com qualidade , tecnologia e competitividade. Mas deixa sinais que cada vez mais dependerá de mão de obra altamente qualificada. E que pode e deve, participar da econimia global, promovendo a produção em massa em paises com mão-de-obra barata, como a India e China.
Este fenomeno já aconteceu na década de 80 e 90 nas nações industrializadas e no Brasil, na década de 90 vimos empresas brasileira montarem filias na China, Mexico. Além é claro do nordeste brasileiro em busca de mão-de-obra barata. A industria competitiva brasileira é fruto de pesquisas de alta tecnologoa aplicada. Nosso pesquisadores dão conta de promover o crescimento da industria e da agricultura e pecuária. Outro entendimento da sociedade brasileira é que a agricultura para ser competitiva depende cada vez mais de máquinas para fomentar o crescimento, na industria a empregabilidade depende exclusivamente de conhecimento específico e inovador. E a questão que nasce é como gerar empregos? Como promover o crescimento sustentável? Como manteremos a redução do CO2 e o crescimento economico?  
Até o final do século XX, tivemos um setor da economia brasileira que não desenvolveu com pontencial significativo. Então a partir destas questões passou a ganhar  destaque e relevância na discussão publica e política. É na indústria de viagem e turismo que ,pela primeira vez, o país está demostrando uma forte tendência em assumir o turismo e todos os serviços que envolvem como uma área relevante dentro da economia brasileira. E exatamente uma parte de nossa economia onde temos potencial real de alto indice de crescimento. E é relevante, pois o desenvolvimento da industria de viagens e turismo depende exclusivamente do ser humano. A geração de empregos neste setor é uma forma que absover os trabalhadores exedentes da industria e agricultura e ainda prover emprego para as demais gerações. A indústria de viagens e turismo depende de uma sociadade organizada, treinada e consciente da importância do turismo para o crescimento. A manutenção e expansão do turismo depende da preservação do meio-ambiente, que, no caso, do Brasil é um dos grandes atrativos turísticos.

Compensação de gás carbônico (CO2)

Em acordo com o Protocolo de Quioto, o anos 2008 é o primeiro ano para se colocar em prática ações empresariais efetivas para a diminuição de emissão de dioxido de carbono na atsmosfera. De acordo com NASCIMENTO (2008), o último relatório Global Carbon Disclosure Project (CDP), demostra que nem todas as empresas estão levando o Protocolo de Quioto a sério, mas a brasileiras estão avançando cada vez mais eficientemente com relação a preservação e redução de CO2.   
A edição 2008 do relatório global Carbon Disclosure Project (CDP), divulgada nesta quarta-feira, em São Paulo, mostrou avanços de empresas brasileiras, mas alguns dados preocupantes: somente 50% das empresas participantes do CDP divulgam dados de emissão e 20% verificam seus dados externamente. E, das 60 empresas que encaminharam as informações pedidas pelos 385 grandes investidores institucionais que movimentam ativos de US$ 57 trilhões, apenas 43% declararam possuir plano de redução de emissões de gases que provocam o aquecimento global e um número menor ainda (21%) participa ou pretende participar do comércio de carbono, como o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto.

 A venda de crédito de carbono passou a ser um exelente negócios e uma ferramenta para auxilia na presenção de matas nativas e reflorestamento de áreas depredadas no passado. A preservação como uma atividade econômica é  uma solução eficiente e eficaz para incentivar empresas e pessoas a visualizarem oportunidades bio-sustentáveis. A emissão de crédito de carbono é a maneira que os países desenvolvidos têm compensar suas emissões. E é uma oportunidade para os países em desenvolvimento para acolherem empresas com projetos inovadores para preservar e lucrar com o ambiente. Oportunidades empreendedoras inovadoras em prol da sustentabilidade. Segundo  MULLER (2008):
As compensações de carbono são provenientes de projetos que reduzem emissões de GEE em países em desenvolvimento, podendo ser vendidas para países desenvolvidos ou empresas que desejam contrabalançar as emissões. Alguns exemplos de projetos são de reflorestamentos, captura do gás metano em minas de carvão, aterros sanitários e suinocultura e melhoria na eficiência energética. Outras instituições financeiras também estão apostando neste mercado, como o banco Credit Suisse que no ano passado investiu € 44 milhões na EcoSecurities e o JP Morgan que comprou o ClimateCare. Em 2006 o Morgan Stanley assumiu 38% da MGM International.

As propostas do Protocolo de Quioto são idéias e ações que incentivam estudos de tecnologias alternativas e soluções que diminuem as emissões de dioxido de carbono na atmosfera (CO2), sendo este o fator do efeito estufa.  Ele instituiu três instrumentos economicos, denominados de mecanismos de flexibilidade, são eles: o comércio internacional de emissões, a implementação conjunto e o mecanismo de desenvolvimento limpo. Promovendo que os paises maiores emissões e possuem um custo maior de redução possam cumprir com seu compromisso de redução de CO2 investindo em projetos de redução em outros paises. No Brasil temos empresas que promovem a preservação das floresta e buscam nelas desenvolver a exploração sustentável da floresta. Ou mesmo o plantio ordenado de florestas com o manejo diferenciado para emissão de certificados de compensação de cabono.
Para alguns a compensação de carbono significa a compra do direito de poluir. Uma maneira erronea de ver a estratégia é a contrapartida da emissão de gases poluentes (GEE) através do desenvolvimento equalizador ou sustentável. É mais que uma estratégia, pois está direcionada a uma nova filosofia de vivermos harmonicamente  com a industrialização e a manutenção dos recusos naturais de nosso planeta. O equilibrio nas emissões de gases GEE e na compensação são vitais para efitarmos os efeitos do aquecimento global em cada região do mundo.
A nova ordem global, compesação de carbono, ganhou adeptos no mundo inteiro. Pessoas comuns que estão cada vez mais preocupadas com as transformações climáticas de noso planeta. No Brasil temos empresas que possuem certificação para comercializar créditos de carbono que estão vendendo através da internet. O uso da tecnologia também disponibiliza ao interessados na aquisição um calculadora que é capaz de sugerir qual a quantidade de carbono que será emitida para uma viagem, para a manutenção de uma casa ou comércio. Ou um simples deslocamento de sua casa para serviço. Esta facilidade promove a conscientização de que tudo que fizemos em nosso planeta tem um impacto direto na emissão de CO2 na atmosfera. E por consequencia, estas empresas comercializam seus créditos através da internet. 





Pegadas de carbono

O termo Pegada de carbono significa o rastro de emissões de gases do efeito estufa deixado por todos os níveis da atividade humana no planeta Terra. Segundo o site Carbono Brasil a pegada é identificada através do inventário das emissões de gases:
Ela é identificada através da realização do inventário das emissões de gases de dióxido de carbono geradas a partir de atividades diretas e indiretas de uma instituição ou indivíduo, como:              Utilização de energia; Processos (Fulgas); Transporte (mercadorias, móveis, assalariados, visitantes...); Emissões ligadas a materiais produzidos por terceiros, tratamento de resíduos, tratamento de fim de vida de embalagens, tratamento de efluentes, amortecimento  das imobilizações (edifícios, veículos, materiais de informática) e outros serviços.           
Ainda segundo o Carbono Brasil, as Pegadas acontecem por fases:
•    Cálculo das emissões, com base em fatores de emissão pré-estabelecidos (por exemplo, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima –IPCC, Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Energia, Centros de Pesquisas...);
•    Hierarquia do peso das emissões em função das fontes de emissão;          
•    Situação do impacto das emissões;     
•    Proposição de orientações estratégicas – plano de ação a curto e médio prazo;
•    Análise das incertezas: através de um valor padrão, podendo ser estimadas para cada fonte, resultando em indicadores de prioridade de ações a serem desenvolvidas.
































8. Referências

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CARBONO BRASIL. Site




[1] Especialista em Administração Global pela Universidade Independente de Lisboa (2001); Professor titular do Curso de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e consultor em projetos de infra-estrutura turística.
[2] Especialista em Empreendedorismo no Turismo pela ENE/UFSC (1999); Bacharel em Turismo pela Escola Superior de Turismo e Hotelaria - ESTH (1999); Coordenadora dos Cursos de Turismo e de Hotelaria da ASSESC e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Eventos da ASSESC. Diretora da GIRUS Soluções em Turismo.