segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Turismo com Qualidade


A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TURÍSTICOS

Álvaro Ornelas*


INTRODUÇÃO
   
 O termo qualidade tem sua origem no latim qualitate, e é utilizado em diversas situações diárias. È comum usar os termos: qualidade do atendimento, qualidade dos serviços, qualidade de vida, qualidade do produto e qualidade dos processos. Deve-se entender que “qualidade” é um conceito subjetivo que está relacionado às percepções de cada indivíduo, ou seja, cada um de nós percebe o mundo que nos cerca de maneiras diferentes.
Na indústria de viagens e turismo global, qualidade está relacionada às necessidades e expectativas do turista que é, de fato, o cliente.  Porém, sua definição, muitas vezes, não é clara e tão pouco objetiva. A aplicação do termo qualidade nos diversos setores das empresas aconteceu quando houve o entendimento de que a qualidade poderia ser uma aliada na tomada de decisões empresariais.
A qualidade então migrou dos laboratórios (qualidade dos produtos) para quase todos os setores das empresas (qualidade de processos) e passou a ser relevante na tomada de decisões estratégicas (qualidade da gestão). Este novo entendimento sobre qualidade mudou o comportamento empresarial e atualmente é base da inovação na administração ou na produção de bens e serviços (ACESSA, 2009).
No momento que a qualidade passou a fazer parte da gestão estratégica das empresas, surge uma preocupação: como captar dados e transformá-los em informações estratégicas para a empresa?
O desafio atual do empresariado brasileiro do setor serviços é trabalhar os indicadores de qualidade e repassar as informações aos participantes de todos os processos de uma empresa incentivando mudanças e inovação. Portanto, novas decisões, com base nas informações provindas de um controle de qualidade sobre alguns aspectos da empresa, passaram a ser fundamentais na busca por resultados.     
Na década 90, as empresas brasileiras sofreram impacto em suas administrações através da “reengenharia”, que tinha como base a implantação de TQC’s (Total Quality Control) ou ainda, compelia a todos na empresa, que obtivessem informações sobre o tema e aplicassem o Programa 5S´s (mudança contínua) conhecido internacionalmente como Kaizen.  
Falconi (1994) destacou que para entender de qualidade em uma empresa, é necessário entender o que realmente é o seu trabalho. Destaca que os colaboradores de uma empresa devem entender o motivo e a importância do seu trabalho, além dos processos do dia-a-dia.

“entenda seu trabalho: a única razão pela qual você trabalha é porque alguém precisa do resultado do seu trabalho. No final das contas nós todos trabalhamos para ajudar-nos mutuamente a sobreviver. O que é uma empresa? Nós, seres humanos, precisamos sobreviver. Para isto precisamos comer, vestir, ser tratados quando ficamos doentes, dormir, ser educados, etc. Para atender a estas necessidades de sobrevivência é que o ser humano se organiza em indústrias, hospitais, escolas, prefeituras, etc. Vamos chamar de empresa qualquer uma destas organizações. Portanto, uma empresa é uma organização de seres humanos que trabalham para facilitar a luta pela sobrevivência de outros seres humanos. Esta é, em última instância, a missão de todas as empresa” (FALCONI, 1994, p.3).


Muita coisa mudou nestes anos passados e o entendimento exposto por Falconi (1994) foi absorvido pela maioria das empresas e trabalhadores da indústria tradicional. Atualmente percebemos que as empresas que atuam na indústria de viagens e turismo brasileira ainda estão trabalhando para obter um melhor status dentro do cenário macro-econômico brasileiro e absorvendo o entendimento básico proposto na última década do século XX.
As empresas prestadoras de serviços turísticos têm neste novo século e novo milênio, um desafio que os demais setores enfrentaram no passado; que é o de “repensar” suas ações e processos estratégicos. Ao mesmo tempo em que o setor vem se destacando na geração de riquezas e abrindo vagas de trabalho em ritmos animadores, impactando no dia a dia de nações (econômica, social e politicamente), ganhando assim um status de igualdade com as demais indústrias geradoras de riquezas, o novo entendimento é que o turismo, na verdade, é uma nova indústria, e o mundo globalizado a chama de indústria de viagens e turismo.
Desde 2007, o WEF (Fórum Econômico Mundial) avalia o desempenho de 133 países com base em 14 índices competitivos exclusivamente voltados ao setor turístico, ou melhor, ao real potencial de gerar riquezas proporcionado pelada indústria de viagens e turismo e os apresenta à sociedade através de um relatório. O relatório que apresenta os Índices de Competitividade Turística (Travel & Tourism Competitiveness Report) é um instrumento global que consolida e eleva o setor turístico a um setor que gera riquezas, gera empregos e tem impactos diretos na sociedade (efeitos extremamente similares ao da indústria).
O século XXI inicia com um cenário um tanto quanto atípico na civilização contemporânea. Vivenciamos um momento onde, pela primeira vez, uma indústria (a turística) coloca em posição de igualdade competitiva nações ricas/desenvolvidas com qualquer outra nação no planeta, pois a indústria de viagens e turismo faz com que todos sejam concorrentes em atrair o mesmo turista/cliente, indiferentemente do seu grau de desenvolvimento.
Neste cenário, o amplo entendimento do sentido e aplicabilidade da qualidade é fundamental para o destino turístico ser competitivo e sobreviver na indústria de viagens e turismo. Ser competitivo consiste no potencial inovador do destino turístico. Segundo Barreto (2002 apud BENI 1999), os três elementos que importam sobremaneira para o futuro do turismo são: inovação (criatividade, imaginação, questionamentos), desempenho (produtividade) e qualidade (profissionalismo e busca da satisfação do cliente).
O Brasil, segundo o relatório com os Índices de Competitividade Turística de 2009, divulgado em maio de 2009, em Florianópolis, durante o 9º Fórum Mundial de Viagem e Turismo (WTTC), o ocupa a 45ª posição entre os 133 países estudados. No ano de 2008, o Produto Interno Bruto Nacional foi impactado em 6,2% pela economia de serviços e empregou 5.9% dos trabalhadores com carteira assinadas no Brasil. A indústria de viagens e turismo gerou 2,5% do PIB nacional de 2008. Embora, o mesmo relatório apresente que a indústria de viagens e turismo brasileira poderia, ainda em 2008, ter um desempenho superior e ter acrescentado ao PIB nacional mais 1,7%.
As empresas da indústria de viagens e turismo brasileira aumentarão sua participação na economia nacional se sofrerem também, uma espécie de “reengenharia filosófica” na tomada de decisões estratégicas. Com base em SINK (1985) e TRIGO (2003), estas decisões devem ter, por princípio e entendimento geral, as seguintes ponderações: 
·         Entender que no turismo a qualidade é percebida e não certificada;
·         Entender que a percepção da qualidade de um estabelecimento turístico é medida durante todo o tempo em que o turista está interagindo com a empresa. Podendo ser através de e-mails, pesquisando no site ou no tradicional atendimento in loco.
·         Entender que no turismo a única coisa que conta é o atendimento, pois ele despertará sentimentos de qualidade, extremamente subjetivos, porém vitais à empresa ou ao destino turístico que pertença.
·         Entender que a empresa deve abrir espaço ou criar situações para buscar dados diretos do cliente com relação a ela mesma e estar preparada para ouvir, sem questionamentos, sobre a percepção destes. A empresa que consegue ter o feedback dos seus clientes tem condições reais de sucesso em suas estratégias e ações futuras relacionadas a eles.
·         Entender que a empresa depende de profissionais para transformar os dados captados do turista/cliente em informações vitais para auxiliar na tomada de decisões e na elaboração de estratégias empresariais.
·         E, finalmente, entender que todos os pontos acima só são conquistados com investimento na qualificação – quer dos serviços, quanto dos colaboradores - através de um programa de qualificação e treinamento constante dos colaboradores da empresa.
Esta indústria é, certamente, uma das que mais sofre com os impactos relativos à percepção da qualidade, pois no seguimento turístico, o consumo se dá concomitantemente a produção dos bens e serviços. Deste modo, ser competitivo neste mercado é estar atento aos fatores relacionados à forma que o visitante/turista percebe e valora esta qualidade desde o momento da sua opção pela empresa, produto, serviço ou pelo destino turístico até seu efetivo consumo. Como ser competitivo então? Obtendo informações acerca deste setor e suas peculiaridades.
Segundo Rangel e Fonseca (2001), a informação faz a diferença no turismo, no que tange a qualidade. Pessoas que detém informações proporcionam a outras pessoas a verdade e ao mesmo tempo se tornam profissionais mais competentes. Competência nos serviços turísticos é sinônimo de eficiência no atendimento. A qualidade é o que diferenciará um serviço ou produto de outro, principalmente no contexto competitivo atual.
Um problema pontual do setor turístico nacional que é indicado em pesquisas de opinião aponta o atendimento, nos vários segmentos turísticos, como sendo um dos “pontos fracos” da nossa atuação neste setor. Como exemplo principal, temos a fluência do segundo idioma – inglês ou espanhol. A carência de prestadores de serviços turísticos com esse diferencial prejudica nosso desempenho em atrair turistas estrangeiros. O inglês – idioma universal no turismo - nos sites de hotéis e resorts é insuficiente e a comunicação não é efetiva em prospectos de captação de iniciativas privadas.
Um país com o potencial de crescimento como o do Brasil na indústria de viagens e turismo e com condições econômicas de atrair investimentos estrangeiros, necessita se comunicar com o mundo globalizado da mesma forma que o restante do mundo todo se comunica. Este é um fator impulsionador de negócios. Os grandes mercados emergentes na emissão de turistas são os asiáticos (China e Índia) e eles absorveram o inglês como a sua segunda língua para os negócios e, por conseqüência, para o turismo também. Então, cabe ao Brasil entender, da mesma forma que os indus e sinos, que a globalização na indústria de viagens e turismo tem como base de comunicação a língua inglesa.
Existem aspectos relevantes que comprovam que o investimento na qualificação no atendimento dentro do turismo nacional pode gerar crescimento rápido, antes mesmo de iniciar qualquer obra de infra-estrutura. Dentre as 133 economias pesquisadas pelo Fórum Mundial Econômico em 2008; somos o 2º lugar em atrativos naturais, o 14º em diversidade e interesse por nossa cultura. Porém, no item que aborda a disponibilidade de mão de obra qualificada, ficamos em 87º, o que mais uma vez afirma o anteriormente exposto. No item país com afinidade para o desenvolvimento da indústria de viagens e turismo ficamos com o lamentável 108º lugar (BLANKE, 2009).
A pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF) releva se o setor está aberto ao capital estrangeiro. De acordo com Thea Cheisa, uma das responsáveis pelos índices de competitividade, o Brasil recentemente conseguiu captar investimentos estrangeiros de países como Portugal e Espanha no setor de serviços e hotelaria, porém, não recebe investimentos turísticos da Inglaterra, Estados Unidos e Dubai. Há empresas que entendem os números da economia brasileira, porém, vêem o Brasil como um país de risco alto de investimento, pois ainda há entraves burocráticos e a falta de mão-de-obra qualificada com nível comunicação insuficiente para a operacionalização de negócios de toda natureza.     
Estas informações evidenciam que a indústria de viagens e turismo brasileira pode – e deve - concentrar seus esforços para qualificar e medir a qualidade do atendimento em seu setor – somente manter o foco no turista/cliente é o que, de fato, provoca crescimento real e consegue atrair mais investimentos privados estrangeiros em infra-estrutura como hotéis e resorts e grandes empreendimentos de lazer.
O elemento empreendedor das empresas deste setor, atualmente, está na percepção que crescer em mentalidade empreendedora é fundamental para um crescimento real, sustentável e factível.  

O ENTENDIMENTO DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE VIAGENS E TURISMO

Uma definição de planejamento do inglês Ron Hopkins (2005) é de fácil entendimento e extremamente eficiente. Ele diz que planejamento é “aquela série de pontos de ações ligados a cada um e onde todos eles se completam, criando um objetivo ou um resultado específico e visualizado”.
 Todos os atores envolvidos na indústria de viagens e turismo brasileira necessitam visualizar um resultado único – colaboradores capacitados e focados em auxiliar na percepção positiva dos turistas e clientes acerca dos produtos e serviços aqui ofertados.
Em geral, não se inicia um projeto ou uma estratégia sem que se tenha em mente uma imagem mental clara do que se quer alcançar e do que necessita ser feito e a que tempo. Um processo de planejamento só pode ser considerado eficaz, quando fornece a todos os envolvidos, uma idéia nítida do resultado esperado de sua atuação no processo identificado.   Conforme Kerry Gleeson (1996 apud James T Mccay (1985) coloca:

“as imagens em sua mente controlam as suas ações. Se você não tiver esse quadro, se não conseguir entender o que está acontecendo, não agirá. Se as suas imagens estiverem obscuras e confusas, você agirá com hesitação. Se as imagens forem claras e precisas, você agirá com determinação e eficácia.” 

A qualidade nesta indústria deverá ser o objetivo a ser atingido e fazer parte da estratégia de ação e do dia a dia de cada empresa que compõe o setor turístico.
O fundamental é entender que as expectativas dos clientes/turistas, se bem atendidas, transformaram estes em pessoas satisfeitas, ou seja, que pagaram e receberam o que tinham em suas mentes de uma forma muito subjetiva, gerando um sentimento de bem-estar e satisfação completa (BROCKA, 1994). Se isto acontece, significa que as empresas que compõem a “experiência da viagem” tiveram sucesso no atendimento. Esta é a qualidade do turismo percebida, onde o turista/cliente crê nas empresas e as classifica como empresas de qualidade, independente da certificação que possam ter.

ENTENDENDO A QUALIDADE NOS SERVIÇOS TURÍSTICOS

 No âmbito do turismo, o entendimento do que seja qualidade é o resultado de cinco pontos importantes que foram correspondidos em todos os contatos do cliente/turista em sua viagem/experiência. Estes elementos são: confiança, capacidade de dar resposta, segurança, empatia e elementos reais (tangíveis). Abaixo apresentamos o modelo elaborado pelos autores: Parasuaman, Zeithaml & Berry (1985) disponível no site 12MANAGE, site especializado em gestão e gerenciamento estratégico:
Fonte: Parasuaman, Zeithaml & Berry (1985)

O modelo proposto pelos autores deve ser adicionado às estratégias gerenciais de qualquer empresa no setor de serviços. Deve se identificar processos no seu dia a dia que possam ser aprimorados para se obter a qualidade nos serviços turísticos prestados.
Em uma viagem, o cliente/turista irá solicitar e demandar por diversos serviços e a seqüência desses vários atendimentos satisfatórios despertará a percepção positiva da qualidade. Esta percepção coletiva da qualidade é que define os destinos turísticos: cidades e regiões se destacam quando conseguem que suas empresas prestadoras de serviço entendam que os atendimentos “são” resultados de treinamento e qualificação.

PILARES DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE VIAGENS E TURISMO

Os elementos que compõem a percepção do cliente/turista são de fácil entendimento. Porém, é a mudança da cultura empresarial que acelera a prática no cotidiano das empresas prestadoras de serviços turísticos. Então, segundo Parasuaman, Zeithaml & Berry (1985), os pilares da qualidade em serviços são:
a) A confiança como pilar da qualidade na prestação de serviço está atrelada a exatidão das informações, além da “entrega” de atrações ou serviços ofertados como experiências únicas. Ter a consciência de divulgar e falar somente a verdade sobre a empresa ou destino turístico;
b) A capacidade de dar respostas. Está relacionado com a empresa que treina seus colaboradores para sempre se mostrarem responsáveis pela informação prestada. É percebida através da velocidade nas respostas e no quanto a informação é útil aos cliente/turista. Como exemplo: criação do site com fotos e informações verdadeiras além da rápida resposta aos e-mails;
 c) A segurança é outro pilar. Deixar claro a fonte usada ou a autoria da informação. Tratar o cliente/turista com respeito e cordialmente auxilia na percepção da segurança das informações relacionadas ao serviço prestado;
e) A empatia talvez seja o mais importante pilar na prestação dos serviços em geral. É a capacidade de entender a situação do próximo.
Segundo Mussak (2009), a empatia é uma prática e deve ser entendida da seguinte forma:

“Há duas práticas que criam empatia. A da pessoa que se coloca no lugar da outra e a da pessoa que estimula a outra a se colocar em seu lugar. No primeiro caso predomina a capacidade de entender e no segundo a capacidade de se fazer entender. As duas são igualmente importantes. [...] ser empático não é ser simpático. A simpatia pressupõe solidariedade, a empatia pressupõe compreensão. A simpatia cria um envolvimento emocional, que pode prejudicar o julgamento. A empatia estabelece comunicação eficiente. Quando não se cria empatia em uma relação, não há verdadeiramente um diálogo, e sim dois monólogos ocorrendo simultaneamente.”

Os cinco pilares apresentados são excelentes argumentos que devem ser introduzidos e amplamente difundidos nos programas de qualificação e treinamentos específicos que auxiliem na ampla aplicação destes entendimentos no cotidiano das empresas prestadoras de serviços turísticos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Manter o turista satisfeito com o serviço que ele recebe das empresas do setor fortalece a reputação do destino turístico e cria valor com base nestes serviços. A qualidade se percebida por satisfatória ou acima da expectativa é o pilar mestre para a consolidação das empresas que formam a indústria de viagens e turismo global.
É vital a ajuda de todos colaboradores para desenvolver estratégias de melhorias dos serviços de forma criativa. Gerar uma imagem positiva, comunicação efetiva e criar e meios de captar a percepção do turista/cliente é um tarefa que exige uma administração gerencial muito bem capacitada e competente que possa transformar todos os departamentos da empresa em fonte constante de críticas construtivas (feedbacks) que deverão ser analisadas por cada supervisor e gerente da organização.
Um grande desafio brasileiro neste início de século é estimular a indústria de viagens e turismo brasileira a ser mais competitiva e fazê-la gerar mais riquezas, adequando a infra-estrutura existe à demanda de mercado. O índice de competitividade global aponta que o país tem condições reais, comparado a 132 países (WEF), em aumentar a número de visitantes sem, necessariamente, ter que investir em infra-estrutura turística. A infra-estrutura necessária poderá ser realizada com capital privado global, se o país estiver adequado a demanda dos conglomerados turísticos internacionais. Pois a burocracia intensa do estado, a legislação trabalhista do setor e a falta de capacitação são entraves históricos do país, não só no setor do turismo, como em outros setores da economia nacional.
O mercado global da indústria de viagens e turismo propicia a todos os países, a capacidade de disputarem o cliente “em pé de igualdade” pela primeira vez. Uma democratização nas regras de captar mercado. Todos os destinos são passíveis de visitação. Com este cenário, a capacitação dos atores (colaboradores, supervisores, gerentes e diretores) da empresas turísticas devem re-pensar sua atuação e, certamente, aumentar seus investimentos na capacitação de seus colaboradores.
As macro-estratégias do setor devem contemplar investimentos públicos, não em infra-estrutura, mas em capacitação do setor. Entidades de classe representativas da sociedade civil organizada devem cumprir seu papel na busca de recursos para esta finalidade. A capacitação dos atores pode ser um motivo de atrair investimentos privados para complementar a infra-estrutura turística nacional.
O turista/cliente espera confiança e a verdade enquanto o serviço está sendo realizado pela empresas turísticas. Para passar credibilidade e segurança, os colaboradores devem promover a informação correta e verdadeira e devem ser capazes de resolver situações com decisões próprias e serem percebidos, cada um, como um colaborador que agrega valor a empresa que trabalha.
A qualidade de um serviço ou de uma localidade turística como um todo é percebida, na medida em que existe uma homogeneidade na prestação de serviços. O cliente/turista deve perceber que o atendimento é verdadeiro, faz parte da hospitalidade local.
A qualidade no turismo é resultado de um somatório de fatores que devem ser percebidos, analisados e absorvidos pelos gestores das empresas que constituem o universo dos serviços em turismo. Estar apto a fazer a sua tarefa, da melhor maneira possível, atingindo ou superando as expectativas das pessoas, passa por um longo processo de envolvimento pessoal e coletivo para com seus ambientes de trabalho.
            A qualificação constante e a aceitação, por parte dos gestores deste setor, a cerca de que a qualidade é percebida muito mais pelas pessoas que operam a atividade do que pelos equipamentos e atrativos em si, será o grande diferencial de uma verdadeira destinação turística de qualidade.

REFERÊNCIAS

12MANAGE. The Executive Fast Track. In: < http://www.12manage.com /methods_zeithaml_servqual.html>. Acessado em 26 mai. 2009.

ALBRECHT, K.  At America’s service: How your company can join the customer service
revolution. New York: Warner Books, 1995.

ACESSA. Acessa.com Mais Comunicação. In. http://www.acessa.com/arquivo /negocios /dicas/2000/02/10-Artigo_Campe/. Acessado em 23 mai. 2009.

AVENA, B. M. Acolhimento de qualidade: fator diferencial para o incremento do turismo na Sociedade Pós-Industrial. In: BAHL, Miguel. Perspectivos do turismo na Sociedade Pós-Industrial. São Paulo: Roca, 2003, p 185-205.

BARRETO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas: Papirus, 2002.

BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 8. Ed. São Paulo: SENAC, 2003.

BLANCHARD, K. Raving fans: A revolutionary approach to customer service. New
York: Morrow, 1993.

BLANKE, Jennifer. CHIESA, Thea. The Travel & Tourism Competitiveness Report 2009. Geneva, Publicado pelo World Economic Forum, 2009, p. 146 e 147.

BROCKA, B. M.; BROCKA, S. Gerenciamento da Qualidade. São Paulo: Makron Books, 1994.

DISNEY INSTITUTE. Perfecting the art of customer service. New York: Disney
Editions, 2003.

FALCONI, Vicente. TQC - Gerenciamento da Rotina do Trabalho. Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, Rio de Janeiro: Ed Bloch, 1994.p. 3-28.

GLEESON, K. Programa de Eficiência Pessoal. São Paulo: Ed. Makron Books, 1996. 

HOPKINS, R. How To Survive The Information Age At Work. Ed. Bussiness Simmaries. Miami: 2005.

MINISTÉRIO DO TURISMO. Programas e Projetos do Ministério do Turismo para os 65 Destinos Indutores de Desenvolvimento Turístico Regional. Encontro Nacional de Competitividade Turística. Brasília, 2009.
MUSSAK, E. C. Simpatia o Empatia? Disponível em: < http://vocesa.abril.com.br/aberto/colunistas/pgart_07_26112002_4277.shl>. Acessado em 23 mai. 2009.

SINK, D. S. Productivity Management: Planning, Evaluation, Control and Improvement. New York: John Wiley and Sons, 1985.

SNOW, D., e YANOVICH, T. Unleashing excellence: The complete guide to ultimate customer service. Sanford, FL: DC Press, 2003.

TRIGO, L. G. G. A sociedade pós-industrial e o profissional em turismo. 7 ed. Campinas: São Paulo: Papirus, 2003.

WEF. World Economic Fórum. In: < www.weforum.org/database >. Acessado em 20 mai. 2009.

WTTC. World Travel and Tourism Council. In: <http://www.wttc.org/htm>. Acessado em 17 mai. 2009. 

RANGEL. S.; FONSECA, L. G. de S. Qualidade na atividade turística. In:< http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2001_TR26_0035.pdf>. Acessda em 30 de jul de 2009.

ZEMKE, R. e ANDERSON,K. Delivering knock your socks off service (3rd ed.). New
York: AMACOM, 2003.

_________________________. Delivering knock your socks off service (3rd ed.). New
York: AMACOM, 2003.



Nenhum comentário:

Postar um comentário