Ecologia
e boas práticas
Eco-certificações para a Praia do Ervivo-Praia
Grande garantirão a conservação ambiental e o desenvolvimento tão desejados.
Álvaro
Ornelas*
Quando uma comunidade deseja conservar
o meio ambiente reflete um estado evoluído de cidadania, democracia e ao mesmo
tempo promove a inclusão social de todos em seu território. Na Praia do Ervino-Praia
Grande em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, agora em 2019, tem uma
grande oportunidade de transformar todo o bairro em um exemplo de conservação, inclusão
social e de geração de novos negócios no litoral de Santa Catarina por meio de um
conjunto de Lei e atitudes que devem ser incluídas no novo Plano Diretor local.
Para facilitar o entendimento do que pode ou não ser feito para a Praia
do Ervino-Praia Grande, uma possibilidade real, seria trabalhar a comunidade
local e o poder público de São Francisco do Sul para a adoção de boas práticas
de uso de orla e desenvolvimento territorial.
Uma “eco-label” internacional pode ser ao mesmo tempo uma oportunidade
para educar a comunidade e os visitantes no melhor uso das orlas e espaços públicos
da Praia. Na prática o interesse é a educação-ambiental como forma de promover
o turismo e o desenvolvimento das cadeias produtivas do turismo em um
território.
Aqui em Santa Catarina, ajudei a implantação da Bandeira Azul na cidade
de Governador Celso Ramos, na última temporada foi a cidade com maior número de
Praias inscritas no programa europeu. Esta é uma das diversas “eco-labels”
existes no mundo. Faz sentido à São Francisco do Sul e, em especial, à região
do Parque do Acaraí mais a Praia do Ervino-Praia Grande, Canal do Linguado e
Baía da Babitonga, sem falar nos arquipélagos e na orla em buscar critérios e
reconhecimento nas diversas formas de conservar, que na prática é – buscar boas
práticas de uso na orla e de toda a Praia do Ervino-Praia Grande.
A ONU e a OMT (Organização Mundial de Turismo) vêm na indústria de
viagens e serviços (no turismo de forma
geral) uma grande oportunidade para gerar a PAZ e promover o BEM ESTAR SOCIAL
desejado. Ou seja, o turismo, é, em sua essência, uma estratégia de ordenamento
territorial e também é um agente de sustentabilidade plena (conservação, inclusão
social e novos negócios). A Praia do Ervino-Praia Grande é um espaço que demanda
excelente planejamento de longo prazo para que a qualidade de vida existente aqui
hoje possa estar presente de forma similar em 2050 por exemplo. Temos que pensar
a longo (e médio) prazo porque somos os responsáveis pelo nosso bairro, cidade,
estado e País. Buscar por um “rótulo ecológico voluntário” é o desafio da Praia
do Ervino-Praia Grande, atribuir às estâncias turísticas à beira mar que
respeitem critérios relacionados com a gestão sustentável do território, entre
outras coisas de pureza da água, limpeza das praias com o recolhimento adequado
de resíduos, serviços eficientes para banhistas (novos negócios na orla) e
adaptação para a acessibilidade na orla e inclusive ao mar (maior exemplo de
cidadania, e mais oportunidade de negócios em serviços). Promover serviços de
qualidade na orla, educar os usuários, re-invidicar ações adequadas do poder
público, parecer trabalhoso e distrante de todos, na prática, é difícil, por
isto se faz necessário gente do bem (sem vaidades pessoais) para atuarem como um
“JURI-CONSELHO LOCAL” com sinergia para respeito aos critérios e a legislação ambiental já existentes no Brasil, em Santa Catarina e
em São Francisco do Sul. Qual o primeiro grande passo é buscar que “território
desejado” por todos? E consolidar as macro-diretrizes em um Plano Diretor que
deverá ser respeitar e garantir a qualidade de vida de hoje para as próximas
gerações. Estratégia já testadas e APROVADA em territórios semelhantes em
Portugal (Parque Rio Formosa, Algarve) e na Itália (Cinque e Terre, Ligúria), que
são cases de sucesso que transformaram áreas de insegurança jurídica e perigo
ecológico em áreas de SUCESSO NO MERCADO TURÍSTICO por meio de certificações
eco-labels ou eco-sociais, por exemplo, Patrinômino da Humanidade, Geo-Parques
entre tantas várias outras certificações.
Ter o Parque Ecológico do Acaraí, uma orla de mar e o Canal do Linguado
e a Baia Babitonga é , na prática, um grande oportunidade para que sejam
buscadas certificações ecológicas para a Praia do Ervino-Praia Grande (as
chamadas eco-labels). Assim todos que usarem ou frequentarem o Ervino, saberão
o que podem e o que não devem fazer para respeitar quem vive e investe aqui.
Teremos regras para viver, conviver e fazer negócios em nossa praia.
Queremos que mais pessoas naveguem por aqui, porém deve existir um código
de conduta do capitão (ou velejador) da embarcação. Todos marinheiros sabem que
não dá para jogar lixo no mar ou ao longo da costa; não dá para esvaziar as
águas negras a bordo (esgoto) para o mar, águas costeiras e áreas sensíveis;
não dá para jogar resíduos tóxicos ou perigosos no mar (óleo usado, ou baterias
descartadas, tintas, solventes, detergentes, etc.). Todas as regras exigem
também ORDEM PUBLICA, para criar espaços adequados para bom uso. Nas orlas a
comunidade e Prefeitura local deve prover recipientes apropriados para descartes
diversos. Ainda fazer a coleta separada de resíduos (papel, vidro, etc.); usar
produtos ecológicos para manutenção em geral. As autoridades são responsáveis
qualquer forma de poluição ou outras violações que prejudiquem o meio
ambiente porém EU, VOÇÊ e o turista que visita a Praia do Ervino-Praia Grande
deve estar ciente que aqui tem regras claras de viver e conviver com a natureza
e respeitar a cidadania de todo.
Identificar, catalogar e transformar em espaço de educação e entretenimento
espaços de orla e vegetação. Deixar claro o quê é proibido e o que pode ser
feito. Mostrar quais regras devem ser obedecidas, respeitar os períodos de
proibição de pesca ou caça; proteger e respeitar animais marinhos e plantas da
orla e região; respeitar áreas vulneráveis e áreas naturais protegidas;
evitar danificar o leito do mar, particularmente na presença sítios
arqueológicos subaquáticos, ou seja, de forma constante promover a consciência
ambiental entre todos os que passam pelo mar, orla e parque. Outro desafio, que
pode ser Lei no Plano Diretor é reduzir tanto quanto possível o uso de água,
eletricidade e combustível nas novas construções, estudar e apontar onde se
pode ser construído postos de abastecimentos terra-água, marinas, postos de
salva-vidas, estacionamentos, bares, restaurantes e espaços para comércio e
serviços turísticos. Há demanda por este ordenamento de forma legal.
Enfim, pensar agora, nas melhores estratégias para a nossa Praia do
Ervino-Praia Grande, como queremos que ela cresça e o que não podemos perder em
qualquer tempo – a sua qualidade de vida.
Temos a oportunidade agir agora! E garantir ações certeiras para resultados
consistentes da conservação ambiental que tanto desejamos para São Francisco do
Sul e para a “convidativa” Praia do Ervino-Praia Grande, seja de fato um grande
novo destino turístico de orla da América Latina.
Suce$$o a todos amigos e parceiros,
Ornelas.
*Ornelas é
um think
tank da Essência Náutica do Brasil, Fundador e Presidente da ANCORA (Ass.
Náutica de Cooperação em Redes de Apoio à Economia do Brasil do Brasil) também
desenvolveu o Pólo Náutico de Tijucas por meio do conceito SMART SEA criado
por sua empresa, a OSN CONSULTORIA. É sócio em marinas no Brasil e fundou o Complexo Náutico TMC.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Leia mais e estude
as formas que você pode mudar o “SEU MUNDO”!
Consultora
Internacional em gestão de orla e acessibilidade no mar – Paloma Arias Cabo Frio, Rio de Janeiro.
Sustentabilidade –
Metas do Milênio
Campanha e desafio de uma comunidade de orla
turística – banir o plástico na orla
e no dia a dia
Case de destino turístico que ganha com
Certificações Internacionais – Cinque Terre
na Ligúria, Itália.
Case de parque ambiental de turismo - Ria
Formosa, no Algarve em Portugal
Regras de uso da orla (praias turísticas)