Economia Azul: Brasil Navega Rumo à Competitividade Global com a Nova Hidrovia do São Francisco
Álvaro Ornelas.
Revista Mar Catarina
O Brasil, gigante em recursos hídricos, está pronto para desbloquear o imenso potencial de suas águas lacustres, fluviais e litorâneas. A reativação da Hidrovia do Rio São Francisco, um projeto logístico estratégico, emerge como um marco da Economia Azul, prometendo revolucionar o transporte de cargas, impulsionar o desenvolvimento regional e consolidar a sustentabilidade no país.
A expectativa é de que já no primeiro ano de operação comercial a movimentação de cargas pelo rio
alcance 5 milhões de toneladas.
Com a autorização do Ministério de Portos e Aeroportos para que a Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) inicie os estudos técnicos, a expectativa é grandiosa: a Nova Hidrovia permitirá a movimentação de 5 milhões de toneladas de cargas já no primeiro ano de funcionamento. Este volume será crucial para garantir o transporte de insumos e produtos do Nordeste ao Centro-Sul do País, integrando mercados e reduzindo custos.
A logística inteligente e ganhos de competitividade, alinhadas às iniciativas do o conceito SMART SEA, na Bahia, estratégia do consultor e think tank da Economia Azul do Brasil, Álvaro Ornelas: "A logística do Brasil tem no sistema ferroviário e hidroviário as melhores soluções para baixar os custos de escoamento da produção mineral, agroindustrial e fabril. A competitividade de mercado pode aumentar em até 20%", reitera Ornelas, Consultor da DISCOVER BRASIL/OSN Consultoria. O uso inteligente de nossos lagos e rios é visto como a chave para soluções mais eficientes e sustentáveis.
Vantagem competitiva e sustentabilidade, no mercado é o resultado prático a médio e longo prazos com a reativação da hidrovia, que abrange 1.371 quilômetros navegáveis entre Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), é estratégica. Um comboio hidroviário pode substituir até 1.200 caminhões, resultando em uma redução significativa na emissão de CO2 e no desgaste das rodovias. Adicionalmente, o consumo energético das embarcações é consideravelmente menor, posicionando a hidrovia como uma das alternativas mais eficientes e ecológicas do mercado. Sem mencionar o grande impacto no desenvolvimento regional no interior do Brasil.
A Nova Hidrovia é um dos projetos mais importantes para o desenvolvimento do país, especialmente para o escoamento de cargas vitais. O trajeto facilitará o transporte de diversos produtos: (1) Do Nordeste ao Sudeste/MATOPIBA: Gesso agrícola, gipsita, drywall e calcário, de Petrolina (PE) a Pirapora (MG), abastecendo o Sudeste e o polo agrícola MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Açúcar, óleo e sal (via Remanso/BA) também seguirão essa rota; e ainda (2) Sentido Inverso: Café, de Pirapora (MG) para Juazeiro e Petrolina, atendendo a demanda nordestina. Milho, soja, algodão, adubo e outros insumos agrícolas, vindos de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães (BA), serão transportados por via terrestre até Ibotirama (BA) e seguirão pela hidrovia até Juazeiro, de onde poderão ser escoados para o Porto de Aratu (Salvador) via rodovia ou ferrovia. O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destaca: “A reativação da Hidrovia do São Francisco vai fortalecer a economia local, promovendo um transporte mais eficiente, sustentável e integrado com outros modais.”
Integração de intermodais e infraestrutura portuária será o primeiro passo do projeto será implementado em três etapas, focando na integração intermodal com rodovias e ferrovias para maximizar a eficiência logística e a redução de custos: Etapa 1: 604 km navegáveis, entre Juazeiro, Petrolina e Ibotirama (BA), com escoamento rodoviário para o Porto de Aratu-Candeias (BA; Etapa 2: 172 km navegáveis, entre Ibotirama, Bom Jesus da Lapa e Cariacá (BA), com conexão ferroviária aos portos de Ilhéus e Aratu-Candeias; e Etapa 3: Ampliação em 670 km, ligando Bom Jesus da Lapa e Cariacá a Pirapora (MG). Para garantir a operacionalização, estão previstas a construção de 17 Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte (IP4) na Bahia, Pernambuco e Alagoas. Os editais para os IP4 de Petrolina e Juazeiro, cruciais para o pontapé inicial, devem ser lançados em breve, com o início das obras previsto para janeiro de 2026.
A Nova Hidrovia do São Francisco não é apenas um projeto de infraestrutura; é um catalisador da Economia Azul, alavancando a competitividade do Brasil no cenário global através do uso inteligente e sustentável de seus recursos hídricos.
Pensar para acelerar os territórios do Brasil é a missão da Discover Brasil/OSN Consultoria.
Suce$$o !!
Alvaro Ornelas.
Categoria: Infraestrutura, Logística e Economia Azul.
Ref Bibliográfica:
Assessoria Especial de Comunicação Social Ministério de Portos e Aeroportos
European Boating Industry, report 2025.
Imagens:
Foto: Cleferson Comarela /Divulgação - Governo Federal do Brasil
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